Cheguei a uma conclusão.. Jamais suportaria uma relação como o da minha mãe e o Zé Buceta (meu padrasto, caso algum desavisado n saiba de quem se trata)!! Parece obvio, né???? Jamais teria condição de me relacionar com alguém machista, elitista, racista, homofóbico... Enfim, n me casaria com Marcos Feliciano. Porém a conclusão nova que cheguei é que n suportaria uma relação com a estrutura da dela nem que o cara fosse o pica das galaxias.
Zé Buceta exigiu que minha mãe parasse de trabalhar para viver com ele, por ele e para ele e assim ela vive... Ambos um para o outro... 24 horas por dia, sem sair de casa pra ir a padaria sem ser um com o outro. Alguém vai defender e dizer que é bonito, romântico e que to atacando o companheirismo... Isso n é companheirismo é insegurança. Eu to falando de excesso aqui, entendam... A minha avó nunca trabalhou fora na vida de casada, meu avô deve ter aposentado tem uns 30 anos, desde então ambos vivem pelos cuidados um do outro... Mas se vc olhar a rotina deles vai perceber que eles não são siameses. Minha avó acorda mais tarde que meu avô, eles tomam café juntos, assistem algum jornal, depois minha avó vai da conta da comida, meu avô cuida dos passarinhos enqto ouve rádio, molha planta e etc.. Durante as 24 horas do dia eles fazem tarefas juntos e separados e isso me parece tão natural que acho estranho que alguém questione a salubridade disso e pense q o saudável é se fazer siamês.
Meu último dia de trabalho foi 15 de janeiro.. Desde então foi licença, em cima de atestado, de feriado, de INSS e etc etal... Nesse mesmo período o Calopsita pediu demissão. Ainda qdo estava na UTI, falei: Corre atrás de emprego. Ele se negou, preocupado com os meus cuidados e dizendo que no seu lugar eu faria a mesma coisa. Na verdade n sei se faria, dependeria de "n" fatores, claro que cuidaria dele, mas tb preciso pensar que as contas vão vencer, sei que uma pessoa doente gera mais despesas e ficaria bem preocupado em não correr o risco de me tornar mais uma futuramente. É o que sempre digo, o fato deu analisar as coisas racionalmente n quer dizer que não sinta, mas penso além.. Só isso.
Nos dias subsequentes ficamos ambos em casa.. O único compromisso do Calopsita na rua é o curso que ele faz no período da manha dia sim, dia não. Daí a constante exposição um ao outro só faz ressaltar nossas basais diferenças que eram super bem dribladas qdo ele trabalhava a noite, dia sim, dia não e eu chegava do serviço e em alguns dias ficávamos juntos curtindo coisas de casais e em outros ficava papeando no skype, FB, vendo filmes e ouvindo músicas que ele não gosta.
Eu e Calopsita somos muito diferentes, mas temos como semelhança o desejo de constituir família, o que nos uniu. Vemos a vida, as pessoas, as relações de forma distinta e isso exige sacrifícios de ambas as partes... Se o convívio aumenta, os sacrifícios seguem o mesmo caminho.
Sei que não sou fácil, ele reclama que sou sempre dono da razão.. O lance é que eu penso.. Eu sempre penso, todo meu comportamento, o que faço, a maneira que me relaciono com as coisas fazem parte de uma rede de pensamentos encadeados e que busca coerência. Logo argumentar comigo realmente n é fácil, eu tenho um porque pra tudo. Penso inclusive que não posso ser o único a dar as cartas e que toda essa minha capacidade argumentativa precisa dar uma baixada pra que a relação seja feita em quatro mão, as vezes pode parecer que não, mas Deus sabe o qto vejo e fico quieto, o qto faço coisas que até descordo e me calo por respeitar essa diferença.
Um bom exemplo disso é maneira que lido com o pessimismo dele... O Calopsita é negativo, acha que as coisas nunca vão dar certo e costuma estar insatisfeito.. Qdo gosta de algo esboça pouca reação e eu n fico pentelhando a espera de que ele haja de uma outra forma... Sei que a insatisfação dele n passa por mim, mas por ele mesmo.. Respeito isso e entendo que essa cobrança seria muito chata... E isso não é percebido por que eu não vou ficar o tempo inteiro falando: Olha to ignorando sua cara de paisagem qdo te trouxe pra esse programa super-legal ou levei horas na cozinha fazendo esse prato que vc nem disse se gostou. Fico na minha e trato a situação até com certo humor, brinco com ele com relação a isso.
Porém o "confinamento" gera situações bem extras que acabam gerando inevitáveis discussões.... Do tipo.. Ele é meio preguiçosinho... Sempre percebi isso, é claro.. Sei que qdo ele tem de lavar uma louça faz uma cara que parece que dei espanquei a mãe dele e fala de forma bem mais áspera do que normalmente. Porém preciso conviver com isso em muito menor escala qdo trabalho e principalmente qdo n dependo dos seus serviços. Em períodos normais ele faz serviço de casa qdo to no trabalho e vice e versa... Qdo estamos ambos arrumo um canto e ele outro.. E qdo preciso fazer repouso??? Se ele faz??? Sim.. Faz, motivado pela obrigação e culpa.. Jamais pela boa vontade. Nunca que é aquele que vc diz: Nossa, fulano faz com tanta boa vontade que a gente nem fica constrangido em pedir... megacontragimento em pedir.
Esse final tem sido punk.. A gente vê relação de uma forma completamente diferente. Calopsita é tradicional, acha que ciume é prova de amor e que as pessoas devem viver em dedicação exclusiva, muito a vontade pra proibir coisas, pessoas, lugares, roupas e etc e tal. Bem.. Eu sou a favor da poligamia, da liberdade, da idiossincrasia. Daí na maneira que o Calopsita vê as coisas, estar junto não é só estar no mesmo espaço físico.. É estar fazendo a mesma coisa. Por isso ficar no computador enqto o outro vê TV é um parto... Se estou mais tempo numa conversa, lendo um livro, ou vendo algo que ele de alguma forma não participe já sinto que está se aborrecendo de alguma forma, pk estou subtraindo dele a minha presença, que precisa ser constante e integral.
Ontem teve uma hora que eu tava no PC e ele vendo TV qdo percebo um silêncio, olho pra trás, a TV tava no mute e ele olhando pra mim, perguntei o que estava fazendo e ele docemente respondeu que nada.. Falei pra ele assistir a TV e não me assistir.. Algum tempo depois mexendo no skype, vi que tava on line uma pessoa que n sei quem é e tenho tentado falar com ele tem um tempo pra ver se identifico (já havia comentado sobre isso com o Calopsita), assim que vi on abri a janela pra tentar contato, antes de digitar qq coisa ouvi "Vc ainda n descobriu quem é???"... E eu jurava que ele tava vendo TV.. Não... Estava me assistindo novamente.
Hj qdo chegou do curso eu tava na rede lendo, nos falamos, ele entrou... Eu tava lendo um trecho onde a autora comenta o caso de Geyse Arruda, ia até contar pra ele, qdo ouvi uma voz no meu ouvido: "Olha, ela falou da Geyse".. Ele tava na janela lendo o que eu estava lendo.
Primeiro eu dei um grito de susto, depois juntando o susto com tudo que já me emputecia continuei falando que não era possível que ele n enxergasse o qto me sufoca o tempo todo prestando atenção nas minhas conversas, vendo o que faço, lendo o que leio. Ele inverte, coloca as coisas como se eu tivesse algo a esconder, perguntando se deveria me pedir autorização pra ler.. Meu Deus não se trata disso, mas não é possível será que sou muito esquisito em não querer ser um alvo contante dos olhos e ouvidos de alguém????
Qdo perguntei "será que não enxerga que me sufoca?" ele me olhou com olho arregalado e fez que não com a cabeça.. E eu acredito nisso, pk mesmo que eu fale ou aponte, ele n ente dessa maneira e se trata de uma questão de sentimento mesmo. Se eu n me sinto sufocado em ter que esta colado com alguém 24 horas eu tb n acho que essa pessoa sinta da mesma forma. Ele n precisa sair de casa pra me descansar da sua imagem, mas é realmente necessário que eu explique que ele pode jogar vídeo game enqto eu leio um livro???? Isso deveria ser tão natural... Mas é pra mim, pra ele não...
A inocência que falou não perceber sufocar só me faz crer que mais importante do que tentar dar essa consciência a ele é criar subterfúgio pra driblar disso e conseguir lidar em alguma proporção... Ninguém é perfeito, as pessoas são como são e eu não posso viver a espera do dia q meu parceiro vai se enquadrar no meu estereotipo de homem ideal, sabendo que provavelmente isso nem vai ocorrer. A melhor maneira que tenho de lidar com isso??? Trabalhando... Chega de férias, que eu realmente, não aguento mais.