Esse foi o nome da festa organizada pelos alunos de Produção Cultural da UFF no município de Rio das Ostras, onde por um a caso resido. Tá dando um rebucetê do cacete...
A festa teve mais de dois mil convidados, 322 confirmados e até agora ninguém divulgou ao certo o . número de participantes, reza a lenda que o correu no campus da universidade. Segundo informações o que teria começado como uma espécie de performance terminou com várias pessoas nuas e uma mulher tendo a vagina costurada. Segundo relatos as principais ações teria sido feitas por um grupo de teatro de Juiz de Fora, ninguém da universidade teria de despido, obrigado a participar de nenhuma performance ou ainda costurado a pepeca. Minha mágoa? Não ter sido convidado.. MENTIRA.. hihihiihhiihih...
Não se fala em outra coisa, fotos no evento distribuídas pelo whatsapp, várias nao FB e o estudantes da UFF se digladiando com a população nas redes sociais. Nessa altura dos acontecimentos é difícil vc separar o que de fato aconteceu dos boatos, mas da pra gente tentar umas apostas.
A UFF, universidade megapolitizada, com marxismos na veia, este campus em especial um dos poucos no Brasil que tem o curso de produção cultural.. Um curso que coloca em voga mesmo as relações humanas, comportamento, cultura, sociedade... Claro que há algo de ideológico nisso, em especial por terem sido exclusivamente mulheres envolvidas nas "performances".. Há uma questão acerca da liberdade de usar o próprio corpo da maneira que julgar pertinente, de ter liberdade na sua sexualidade. A gente respeita a intenção da galera, mas lógico que houve excesso... Numa análise rápida sobre a repercussão que está dando encontramos duas pontas:
Representantes de uma acadêmia sempre muito petulante e afastada da ponta, pensam num evento desta natureza por terem uma discussão avançada sobre sociedade, mas na hora de lidar com o assombro da comunidade diante da atração agem de forma áspera e quase que surpresa. Nas discussões no facebook os alunos da UFF que vem na defensiva se colocam muito veementemente e faltam pouco chamar seus antagonistas de boçais. Lembro muito de uma professora da época de faculdade que tinha como bordão "isso não é do meu mundo", acho ela um ícone da acadêmia, essa ilha fora da realidade.. Quando perguntávamos sobre algum assunto polêmico da vez, fosse ele um crime bárbaro comentado nos noticiários ou algum tema da novela, ela vinha com a máxima. Na época eu já tinha crítica a isso pq eu queria ser o profissional do mundo real, hj (que já sou) vejo o quanto de fato não estava equivocado na minha avaliação. É o depoimento da Xuxa dizendo que foi abusada no fantástico, a bulímica no Big Brother, os gays da novela que são norte para discussão de temas e inclinam o trabalho pq ditam e sistematizam comportamentos para uma sociedade. A acadêmia vive numa bolha vaidosa e não sabem lidar com a realidade.. A prova tá ai.. O tamanho da repercussão e a forma despreparada que os alunos estão lidando com ela... Se de alguma forma a intenção era rever padrões que esta revisão contemplasse a ação depois do escândalo.. Pq lógico que teria escândalo.. Era uma boa oportunidade pra se levar para a comunidade um série de pautas.
Do outro lado o povo... O povo escandalizado, horrorizado com os satanistas uffianos, falando em fechar a faculdade, fechar o curso, prender responsáveis.. Enfim.. Fico imaginando que isso vai ser tema de tudo quanto é púlpito da cidade e o quanto isso descaracteriza as intenções. Os setores mais conservadores fortalecem seus discursos xiitas neste excesso, lançam-se boatos mentirosos, perde-se credibilidade e afasta-se ainda mais da sociedade. Esta UFF que encabeçou o projeto "Chega de Estupros" formando um dossiê falando sobre os casos de estupro na cidade, puxou um fórum de enfrentamento a violência sexual contra crianças e adolescentes, vai as ruas manifestar contra a cultura de culpabilização da vítima e precisa de credibilidade... Claro que são grupos distintos e situações distintas, mas na cabeça da população os mesmo que estão falando sobre a marcha das vadias protagonizaram o xereca satânik e como dar crédito a isso? De que adianta uma marcha das vadias se a sociedade não adere?
Eu tenho um carinho muito especial por festa que o povo fica pelado, por mulheres que tem uma crítica afirmativa acerca do uso do próprio corpo e toda essa vibe iconoclasta. Todavia faltou maturidade, faltou direcionamento, faltou muita coisa e sobrou mais um monte de outras... Existem diversas formas funcionais de se criticar o sistema e proporcionar uma discussão que seja fértil para o coletivo.. Costurar a pepeca da colega num evento dentro do campus da universidade não é uma delas. Dada toda repercussão, não da pra negar que o tiro saiu pela culatra, da minha parte fica meu respeito a intenção e a torcida que da próxima haja mais bom senso.