Leonardo DiCaprio vai me enlouquecer

Quem leu o título achou que era um arroubo de taradismo do blogueiro para com o galã se enganou... Não é de hoje que Leonardo DiCaprio é, na minha concepção, muito mais talento do que beleza. Na verdade eu nem acho ele tão fantasticamente belo, mas sem dúvida o acho fantasticamente talentoso.

O que tá pra me deixar louco, e imagino que ele tb, foram seus dois últimos trabalhos que assisti na semana passada. No inicio do ano DiCaprio lançou “A ilha do medo”, mais um trabalho nascido do bem sucedido casamento entre o ator e o diretor Martin Scorcese. No filme ele interpreta o detetive Teddy Daniels que investiga a fuga de uma assassina de um hospital psiquiátrico. O tal hospital fica numa ilha e o ator começa a perceber toda uma conspiração para que ele próprio se convença que é louco e vários segredos existentes na ilha sejam mantidos. O problema é que num dado momento o autor começa a confundir o próprio expectador e você mesmo começa a ficar na dúvida se tudo de fato não passa de um delírio.

A Origem é ainda mais surreal, aqui DiCaprio interpreta Cobb um profissional conhecido por entrar dentro do inconsciente das pessoas quando estão em estado de sono e descobrir segredos. Cobb vive entre o limite do real e dos sonhos, tendo fazer uso do que ele chama de totem, um objeto para que, em determinados momentos, ele tenha certeza que está na realidade. Foragido da policia ele aceita o desafio de um milionário para que possa retornar ao seu país e rever seus filhos. O desafio se trata de entrar na mente de um herdeiro de um império econômico e ao em vez de tirar algo, implantar a idéia de desmembrar sua herança. Para isso Cobb reúne uma equipe que terá de entrar em vários universos paralelos dentro do inconsciente do cara até chegar ao último nível e finalmente implantar a idéia. Em cada nível da consciência tem um tempo e velocidade diferente.

Em ambos os filmes a realidade é questionada e ambos os fantasmas da consciência dos personagens principais é atormentada pela figura fantasmática de uma ex-mulher morta.

Na Ilha do medo Michele Willians é a ex-mulher do oficial Teddy que morreu num incêndio e eventualmente aparece para ele dando dicas.

Em “A Origem” é a vez de Marion Cottilard ser a ex-mulher que morreu, tecnicamente por culpa de Cobb e habita seu inconsciente sendo a representação daquilo que ele não consegue evoluir e ultrapassar.

Os dois filmes tem elenco e cara de Oscar, mas o roteiro similar com comparações impossíveis de não serem feitas talvez atrapalhem no processo. Premiados ou não são duas recomendações de primeira, mas se forem ver um atrás do outro não façam uso de substancias psicoativas por que nesse caso a viagem pode ser perigosa, principalmente para os viúvos.