Nos últimos posts aqui no blog acho que eu vim com muito pessimismo e não é em vão, pensar o mundo em 2024 é uma ocasião que merece.
Dia desses uma amiga disse que sempre que lê autores indígenas tem um sentimento de esperança muito positivo e que sentir esperança é decolonial. Acho que faz muito sentido, nada mais mantenedor do que a descrença e a certeza de que nada vai mudar; o capitalismo precisa disso pra se manter. Os povos originários tem clareza que somos apenas parte do mundo e que a natureza é maior, ela se refaz, ela toma de volta pra si o que é seu. Então no fim acho que acaba a gente, mas fica o mundo e isso me parece bem otimista até.
Mas quero ser ainda mais e dizer que se a extrema direita avança a resistência tbm. Se Nicolas Ferreira é uma produção típica dos tempos atuais Erika Hilton tbm é. Em que outro momento da história desse país teríamos uma mulher preta, trans e periférica sendo deputada, jantando esses escrotos diariamente?
Só nesses tempos um deputado poderia enaltecer um torturador da ditadura que torturou a "ré" durante um processo de impeachment, fato! Mas tbm é só nesse tempo que um homem preto gay estaria lá pra cuspir na cara dele na mesma ocasião.
Trump é o capeta, mas a possibilidade ter uma mulher preta sendo presidente dos EUA é o céu e eu poderia levar horas comparando Silas Malafaias com Padres Julios Lancelotes ou Ricardos Sales com Marinas Silvas, mas vou ser resumido e apenas reforçar que tbm temos conquistas e avanços... E que se a frase famosa de Che Guevara é que "há de se endurecer sem perder a ternura" a nossa é de resistir sem perder a beleza, pq sim a crise é estética. Se imagens como essa são produtos dessa era:
Erika Hilton ganhando prêmio da geração glamour tbm é:
E é isso, permaneceremos aqui, não toleraremos o mal gosto e pra cada Marçal que surgir é uma caldeirada que estaremos prontos pra entregar! E tenho dito!
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