Chegou a hora de apagar a velinha???

Foi de repente.... Como num passe de mágica eu enxerguei....

O cake me conheceu num momento turbulento da minha vida e esteve do meu lado na hora que o cerco mais se fechou. Passado o olho do furacão sobramos nós dois... Foi qdo deixamos de ter um problema no assunto central de nossas conversas que pudemos nos perceber com um pouco mais de cuidado... E as diferenças eram claras ...

Eqto o cake contava das piadas que fazia e como ria dos meninos afeminados da faculdade ou as criticas severas as meninas que iam de shortinho, coisa que ele n aceita, eu falava em alteridade, tolerância e respeito. Esse foi apenas um exemplo de tantos outros, geralmente em torno de moralidades... Cake sempre usa a seguinte sentença: “Você gostaria que sua filha se comportasse assim???”... E assim ele ia colocando seus valores, o qto se importa com os hormônios alheios, as medidas das roupas, os megahertz das gargalhadas e vozes... Valorizando sempre a discrição.

A verdade é que embora tudo isso me cause um certo incomodo, nunca me fez tanta diferença... O importante é que nos damos bem, rimos juntos, e somos uma boa companhia um pro outro... Além do que, acho que muito disso tudo tem a ver com a idade.... O cake é completamente adolescente e muda de opinião a todo momento, nem sempre o que diz pensar condiz com a maneira que se comporta... Posso dizer, por exemplo, que o menino que com 18 anos falou que era homossexual pra cada membro da família pessoalmente, enfrentou a tirania de um pai machista, que usa muhequeira e all star n combina em nada com esse discurso que mais se assemelha com a fala de um padre da TFP.

Então com tudo isso ainda alimento meus desejos pelo cake. Há pouco tempo sua mãe perguntou como iam as coisas comigo, nessa noite ele me questionou se de fato sei o que quero e eu n pensei duas vezes antes de dizer que sim... Pensando que mesmo com todas as diferenças, vale a pena... Claro que vale....

Mas ontem... Bem... Ontem eu tive dois sinais... Primeiro foi cedo, qdo eu disse que se pudesse escolher seria homem e gay da mesma maneira e ele disse que se pudesse ser hetero n pestanejaria (Rozângela Justino que não me leia) ... Ok, tudo bem... Compreensível... Mas qdo chegou a noite que tudo se clarificou... Lendo minha ultima postagem ele pediu pra que explicasse o que quis dizer com a seguinte frase: “mesmo com tudo isso acho que ainda sou muito melhor do que poderia ser se fosse médio... Mediano... Medíocre....” Levei um tempo explicando o que chamei de media e que o “melhor” n significa melhor que alguém e sim de ser uma pessoa melhor pra si mesmo, um ser humano melhor... Enfim ... Na seqüência ele veio me dizendo que queria ser mais normal, mais discreto, ser parecido com as pessoas, ser igual. Foi nessa hora que tudo veio a minha cabeça.. A nossa diferença basal.... Imediatamente tomei uma metralhada de pensamentos e ai eu entendi que enqto eu tenho orgulho de n fazer parte da media, esse lugar é uma meta para ele... E antes que pudesse pensar em qq coisa a mais disse a queima roupa do qto gosto dele, mas que n vejo a menor chance de futuro... Do outro lado o silêncio... N estava desistindo, n estava jogando a toalha, n tava me negando o direito de tentar, mas precisava ser honesto em dizer que n vejo chance mesmo... Como que alguém que valoriza a discrição, valoriza ser um rosto em meio a multidão, o “não levantar bandeira”, pode dar certo comigo que sou um grito???? Ele pediu pra continuarmos no dia seguinte, que ele ia pensar sobre tudo isso... Até agora não tive noticias...

Me apaixonei pela leveza do cake e percebi que o peso de tudo isso que carrego comigo não tem mais espaço pra leveza, lamento por isso.

Foi de repente que as coisas com o cake começaram a acontecer e tb foi de repente que as coisas com o cake...

(continua)

(ou não...)