Sobre essa força que nos une...

Ontem foi a quinta edição da “festa” que minha turma de segundo grau faz anualmente, além dos cinco anos de festa fazíamos 10 anos de formado.

É comum eu ouvir alguém se surpreender com o fato da minha turma de segundo grau permanecer se encontrando, eu entendo a surpresa, mas a verdade é que quem viveu aquilo tudo que nós vivemos não se espanta, é tão obvio que não precisa nem de explicação... Por que foi muito mais especial do que a grande maioria das pessoas costumam ter a oportunidade de viver por ai. Acho que é na bíblia que diz que o essencial é invisível aos olhos, ou qq coisa parecida com isso, por isso a dificuldade de explicar... Simplesmente era assim.. Especial... Amigos, companheiros, irmãos... Era o que tínhamos dentro daquela sala no ano de 2001 e é isso que reafirmamos todos os anos.

O mundo nos afastou como não daria pra ser diferente, muitos deles integram o meu time de amigos mais íntimos, outros sumiram pela vida, outro a morte levou. Esse ano é nosso primeiro ano sem ele e eu tenho certeza que se não fosse sua partida estaria lá. Por esse motivo, cumpri o ritual que fiz todos esses cinco anos e fui ao seu encontro. Deixei uma flor pra ele, conversei e pensei o quanto de fato a vida nunca mais poderá ser a mesma... Nós não somos mais os mesmo, o mundo não é mais o mesmo e ele não estava mais aqui.

Mas existe algo, alguma coisa que nos une...  Algo que não tem explicação, que não se mensura ou explica, mas que pode ser sentido nos largos sorrisos e nos abraços apertados. Algo que me diz que a vida nunca mais será a mesma, mas que nada pode mudar os capítulos que temos em comum e principalmente algo que faz com que eu tenha a certeza de que se nada tivesse valido a pena teria valido viver pra conviver com aquelas pessoas e estar naquele lugar.

Ontem à noite reforçamos essa conexão, no fim de tudo, como todos os anos, saímos do oasis dos 17 anos que formamos quando nos reencontramos e voltamos pra vida adulta... Alguns sozinhos, outros com maridos, ou esposas... Numa cama melhor, ou pior... Aqui ou em qq outra cidade de qualquer outro lugar, seguimos sendo quem somos, mas sentindo a mesma saudade no peito daquele incrível ano de 2001, que nunca mais voltará, ou terá outro igual.