Holywood sofreu um abalo sísmico
depois que ex mulher e filho de Woody Allen comentaram a homenagem ao cineasta
no Globo de Ouro em tempo real no último domingo.
O filho disse: “Perdi o Tributo
ao Woody Allen – Eles colocaram a parte em que uma mulher publicamente confirma
ter sido molestada aos sete anos de idade antes ou depois de Noivo Neurótico,
Noiva Nervosa”?
E a ex mulher comentou: “Uma
mulher detalhou publicamente o abuso sofrido por ela aos sete anos e perpetrado
por Woody Allen. O tributo do Globo de Ouro mostrou desprezo por elas e por
todos os sobreviventes de abuso”.
O filho Ronan e a ex esposa Mia
Farrow se referiam as declarações feitas pela filha adotiva de Woody, Dylan. Ano passado ela teria declarado ter sido
abusada pelo pai aos sete anos e conta que ele teria tocado suas partes
intimas, do quanto se sentia desconfortável, mas que achava que aquilo era
normal entre pai e filha e se sentia mal por estar desconfortável. Na própria
época dos fatos a historia veio à tona, mas nada foi confirmado. Numa matéria
para Vanity Fair em 1992 testemunhas
diziam que Allen tinha ordens expressas de não ficar sozinho com a garota e em certa
ocasião ele sumiu com ela, quando foram encontrados Dylan estava despida da
cintura para baixo.
Para completar a face torta de
Allen o pivô da separação entre ele e Mia foi Soon – Yi, filha adotiva de Mia
que Allen participou da criação desde os 09 anos de idade e que aos 19 acabou
se casando com ele. Na ocasião Mia se separou ao encontrar diversas fotos da
menina nua, segundo eles, tudo consensual.
Boa parte das informações ai de
cima eu já até sabia, mas peguei algumas outras e sistematizei para escrever
esse texto no blog Carta Capital onde uma de suas colunistas escreveu um texto
rasgado criticando a postura do Globo em homenagear Allen. Neste texto também
sita Polansky que acusado e condenado pelo estupro de uma garota de 13 anos
continua com sua obra premiada mundo a fora, mesmo nos Estados Unidos onde é
foragido.
Para argumentar contra a ideia da
homenagem a blogueira usa uma série de argumentos que me deixam pra lá de
espantados, num esquerdismo meio que adolescentoide a sensação que eu tenho é
que na tentativa de chegar aos tocantes racismo, classe e gênero ela esbarrou
em preconceitos muito mais arraigados.
Num dado momento questiona: “e se
for mulher tudo bem?”, como se o molestado fosse um menino faria alguma
diferença no saldo disso tudo, que a academia não reconheceria sua obra ou o
público o boicotaria pelo simples fato da vítima ter sido um homem. Diz que se fossem
homens desconhecidos, pobres ou negros todos pediriam linchamento e ai eu
pergunto: Em função disso façamos o que??? Linchamos também???
É verdade, se fossem pobres (nem
entro no mérito do negros, pq o maior peso aqui está na classe mesmo) a relação
das pessoas seria outra. A população não
tem o mínimo de empatia com a população carcerária e cristaliza o sujeito no
lugar de “agressor”, “assassino”, “bandido”. Este tipo de posicionamento é
muito claro no texto quando ela pergunta: “consegue assistir ao filme numa boa
sabendo que o diretor era um molestador de criança?”... E eu pergunto:
Atravessa a ponte numa boa sabendo que o engenheiro era um molestador de
criança, usa o carro numa boa sabendo que o metalúrgico era um molestador de
criança, come a pizza a vontade sabendo que o pizzaiolo é um molestador de
criança???? Não?? Pq se a resposta for essa acho necessário começar a fazer uma
pesquisa antes consumir todo em quaisquer substratos do trabalho humano e ainda
sim correrá serio risco de falhar.
A blogueira conclui dizendo que a
homenagem traz em si a mensagem que esta tudo bem cometer um ou mais crime
contra mulher e que pra vítima fica a sensação que de nada adianta seu
testemunho, sua luta, sua dor. Entendo que a homenagem não foi a pessoa de
Woody Allen, mas a sua obra.. Se um homem molesta crianças ele é alguém terrível,
mas se ele faz isso e é um excelente cozinheiro, não vou dizer que a comida
esta salgada em função disso. Entendo perfeitamente o incomodo do irmão e da
irmã, me solidarizo completamente com a dor deles, só não acho que a obra de
quem molestou a criança é o tema a ser discutido e sim a impunidade.
Eu sei que olhar pelo ângulo do
agressor não é um exercício fácil pra ninguém, mas se eu n acho que o negro/pobre
deveria ser linchado nessa e em nenhuma ocasião, preciso ser coerente e pensar
que a qualidade/resultado do trabalho de alguém que é capaz de ter um gesto
destes não deve ser pauta. Se eu consumiria um produto feito no presidio a fim
de estimular o trabalho e reabilitação desse grupo é por que não coloco em
pauta a qualidade do seu trabalho. “aaahh gato, mas no caso dele é diferente,
ele ficou impune”... Repito, nesse caso a discussão é a impunidade e não Vick
Cristina Barcelona.
Mia Farrow aponta o tributo do Globo como desprezo
da academia à vítima e a todas as crianças vítimas desse tipo de violência,
mas... Woody Allen ainda casado com ela tinha ordens expressas para não ficar
sozinho com a criança, fugiu sozinho com a menina e foi encontrado dias depois
com ela desnuda da cintura pra baixo... E eu pergunto: Por que motivo ele não
podia ficar sozinho com a criança??? Que desconfiança ela tinha que só deixou
essa ordem estranha, mas não se divorciou, continuou mantendo Allen próximo? E
por que ele ter burlado a ordem, fugido com a menina e er sido encontrado dias depois com ela nua
ainda não foi o suficiente pra ter sido pivô?? Vai me desculpar Mia, mas o
problema das crianças vítimas de violência não é o desprezo da academia, mas
sim o desprezo de mães como você. A academia não está desprezando ninguém, está
apenas prestigiando uma obra que tem uma vida para além do próprio autor.
Nossa! Bacana isso aí que vc escreveu! tem um pouco a ver com o post que acabei de fazer... Estaremos nós conectados espiritualmente??? rs
ResponderExcluirSeeempreee!!!!
ExcluirGente, vem cá pra eu te dar um beijo? Que texto incrível. Maravilhoso! Aplaudo de pé!
ResponderExcluirMuito longe, mas se vc vier aqui eu recebo!!!
Excluirkkkkkk