Tenho uma sensação que já falei sobre viagem trabalho pra Brasília antes aqui. Se eu somar todo tempo que levei lá esse ano certamente dá entre 3 a 4 meses, mais ou menos 1/3 ou 1/4 do ano, mas deixa eu partilhar com vocês sobre o que tem rolado.
Há muitos anos trabalho com projetos sociais e é bem comum eu ter de viajar em função deles, a atual associação que trabalho eu já estive nela em outros momentos, da última vez meu coordenador (que é meu amigo pessoal) me chamou e falou que estava num novo momento de expansão e que precisava da minha ajuda nesse processo, daí eu voltei.
Na ocasião já estávamos em diálogos com empesas para patrocinar abertura de novos núcleos e um dessas conversas avançou bastante. A gente é do interior do Rio, daí solicitávamos a abertura em Cabo Frio e havia aí uma fala que a empresa estava muito interessada em Brasília, todavia supervisionar um projeto tão longe exigiria a garantia de despesas que não estavam contempladas pelo projeto. Começou uma queda e braço entre Brasília e Cabo Frio.
Na virada do ano eu tive um sonho que meu coordenador me ligava de madrugada dizendo que tinha sido Brasília e que eu fazia várias pesquisas sobre a cidade no meio da madrugada. O sonho era tão absurdamente nítido, que acordei olhando o celular pra ver se a ligação realmente tinha ocorrido. Não aconteceu, mas no dia 01/01/2024 eu acordei pesquisando sobre Brasília, contei pra ele e ele riu dizendo que eu ficasse tranquilo que tudo estava a favor de ser Cabo Frio. Meses depois, na sexta-feira anterior do Carnaval ele me liga e tivemos o seguinte diálogo:
Big Boss - Gato, suas pesquisas sobre Brasília? Você jogou fora?
Gato - Não, por que?
Big Boss - Por que a gente vai precisar, vai ter que ser em Brasília!
De lá pra cá loucura, sem passagens aérea contempladas atravessamos Minas Gerais várias vezes de carro, 1250 km, uma pegada pesadíssima. A associação alugou uma apartamento funcional e eu passei a eventualmente morar em Brasília. O amor em Brasília não é óbvio, na verdade é bem contraintuitivo. É fácil ter antipatia pela cidade, talvez pelo ranso da política, pelo ar seco, pelo tom artificial que tem uma cidade tão planejada, pela desigualdade gritante que a constituí desde sua criação.
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