17.5.12

Sobre esses Heróis



Daí que o filme badalado do momento é”Os Vingadores” e naturalmente eu ia ter de conferir. Na blogsfera, no FB ou no twitter só ouvi elogios. Como não tinha visto nenhum filme individual dos quatro heróis da trama que já tinham filme, fui baixar pra assistir e depois ir ao cinema ver aquele que é o maior sucesso de bilheteria do ano (pelo menos até agora).

Dos individuais eu não curti muito o Thor, mas Capitão América, Homem de Ferro e Hulk até que achei bacaninha e Os Vingadores é sem dúvida o melhor deles. Nego qdo vai assistir esse tipo de filme não vai na expectativa de  ver um roteiro do Almodovar, fato.... E eu sou muito ligado a roteiro, por isso em geral nem curto muito filmes de heróis. Explosão não enche muito meus olhos, efeito especial, pra mim, tem de vir a favor do que há de principal no filme que é uma boa historia e é exatamente isso que acontece no filme...Excelentes efeitos pra uma historia coesa e que amarra bem as anteriores... Não é ‘Óh que roteiro incrível’, mas é bem amarradinho... Ou seja... Um bom filme.

Porém depois de toda essa maratona de super-herói em todos os filmes fiquei com um certo incômodo com a carga pesadíssima ideológica que tipo... NINGUÉM se quer comentou.  E ai senti a coisa ainda mais grave conversando com o calopsita depois. Pk assim... A sensação que tenho é que a juventude no Brasil passou por diversas fases... Na década de 70 foi determinante, na 80 veio a diretas já.. Na de 90 com uma inutilidade clara e a sombra de tanta gente que tinha feito tanto, pouco tempo antes, essa juventude tenta fazer algo... Se incomoda... Vem o Fora Collor que foi o poder da globo vestido no grito da juventude... A geração seguinte que é a minha foi a geração que se sentia um pouco envergonhada por nada fazer, que olhava pra trás com admiração... E a seguinte seguiu a linha do que chamo de ativismo da futilidade. Distante da influencia de uma sociedade que vivia a possibilidade da virada do sistema e a expectativa de dias melhores, essa juventude transforma em chato tudo aquilo que quer trazer essa discussão.  Adaptados aos novos dias já entenderam que a vida é essa ai mesma e o lance agora é tentar se adaptar da melhor maneira possível. Brigar por direitos é possível quando falamos de direito do consumidor, ou para reclamar do transito, da enchente... Dessas coisas do cotidiano, própria do sistema.

E não me destaco muito disso, acabo chegando ao mesmo lugar só que fazendo outro caminho... Tb acho que todo discurso inflamado contra o imperialismo é muito década de 90 e ta caído... Coisa de adolescente, que não procede mais. Daí ao ver um filme desses simplesmente digo que é bom por que pondero, eu penso que o roteiro é amarrado apesar de toda carga ideológica obvia presente em um herói vestido com a bandeira dos EUA chegando pra um déspota de um outro lugar e falando que no seu tempo um homem alemão quis dizer como as coisas deveriam ser feitas mas “NÓS não aceitamos isso”.

Uma amiga que pra mim é uma referencia de criticidade tb elogiou o filme, pk assistiu no imax, 4D cadeira vibra e tals.. Eu tenho certeza absoluta que ela enxergou tudo isso que eu tb vi, mas... E aquilo, sabe?? Se entra nessa critica nada mais fica bom, sem contar que as inovações tecnológica cada vez mais nos encanta com a indumentária e deixa o conteúdo passar sem discussão.

Conversando com calopsita depois eu percebi o quanto perigoso é a gente não travar mais essa discussão, pk se pra mim é obvio... Olha... Pra muita gente não é. Qdo comentei a cerca da cena descrita ai em cima ele me dizia, ‘mas é obvio que os nazistas eram vilões”... Ok, a gente não discute isso, mas a pergunta que não quer calar é: E quem é o mocinho numa guerra???

Ele, como muita gente, compra a idéia dos EUA como os heróis da paz sem parar pra perceber que se o Capitão América quisesse combater a figura de alguém que quer dizer como as coisas devem ser feitas, ele deveria começar pela Casa Branca.

E nessa vibe cria-se um grupo de heróis que tem dentre seus membros um bilionário da indústria bélica, que sei lá.. Me soa no mínimo estranho.. Mas enfim, o pai dele criou muita arma pro tão generoso governo Americano lutar contra o terror Nazista.

E é por tudo isso que apesar de acha o roteiro bacana e bem amarado, precisava colocar esse contraponto e concluo dizendo que a historia até tem seu predicados, mas pra ser bom, no sentido mais amplo que a palavra pode alcançar, deveria ser bem menos filha da puta.


3 comentários:

  1. discordo, observar que este filme tem um discurso por baixo dele não desqualifica o filme, não o torna ruim, todo livro/música/filme tem um discurso subterrâneo que ele está tentando vender, a diferença entre pessoas inteligente e pessoas burras, no entanto, é que as inteligentes percebem este discurso e ao perceberem são imunes a ele, mas quando não se percebe ou se forçam a se calar para não parecer um chato que critica tudo, ai sim nós temos um problema, sobretudo qndo alguém acha q é chato discutir isso...

    ResponderExcluir
  2. Ainda não Assisti.. e agora irei assisitr com outros olhos.. Sorrisos

    ResponderExcluir
  3. Olha, eu nem ligo de ser taxado de chato. Me desculpa quem se incomoda com certas discussões, mas refletir às vezes faz bem a saúde...

    ResponderExcluir