29.12.24
As chances de Fernanda Torres no Globo de Ouro
27.12.24
Monstros
A Operação Punhal Verde e Amarelo foi um plano diabólico, com condução do então presidente da república de assassinar o presidente eleito, o vice e um ministro do STF. Tem um vídeo de 1999 em que Bolsonaro fala claramente a favor da tortura e assassinato feito pelo estado e que a ditadura matou foi pouco, que deveria fazer mais e que se ele se tornasse presidente fecharia o congresso no dia seguinte.
Uma coisa ninguém pode negar, Bolsonaro não tentou enganar, ele sempre deixou claro seu jeito violento, truculento, estupido e o Brasil resolveu apostar que a proposta de uma violência estatal poderia ser uma saída.
O plano foi discutido com 35 membros das forças armadas e sua discussão aconteceu na casa do General Braga Netto, candidato a vice de Bolsonaro. Planejaram, orçaram gastos, mobilizaram, no caso do assassinato de Alexandre de Mores chegaram a ir pra rua, todavia não deu certo.
Essa gente que passa a vida inventando um inimigo imaginário, que fala em ditadura gay, de Ursal, de um conluio comunista, essa gente que constrói no imaginário popular a lenda do inimigo interno pra desviar as forças armadas da sua função de garantir a soberania nacional mediante a inimigos externos e coloca as forças de segurança pra atacar a própria população.... Essa gente planejava três AS - SA- SI - NA - TOS feito por agentes do estado, feito por gente que é paga para garantir a segurança.
No fim da história o 08 de janeiro foi o último suspiro de um plano que fracassou e tudo virou um grande tiro no pé. Os Kids Pretos, setor do exercito de operações especiais que cometeriam o assassinato, diz de uma estrutura que se manteve no exercito brasileiro pós ditadura, diz de uma democracia que se fez beneficiando seus golpistas e os mantendo no poder e quase 40 anos depois do fim do golpe militar essas estruturas que nunca foram desmanteladas não conseguiram dar um golpe de estado, mas estiveram bem próximas disso, fico me perguntando se num cenário de Trump presidente com alguma espécie de apoio norte americano isso não teria acontecido. Tudo isso fortaleceu o "sem anistia" e pra mim desceu mais alguns degraus deixando claro a necessidade de desmobilizar toda estrutura que se manteve no exercito e permitiu que ficasse abrigado ali um ovo de serpente que só esperava a sociedade ficar pronta pra chocar. No fim da história a única inteligência de Bolsonaro foi ler o seu tempo e entender que as igrejas evangélicas já tinham criado um espaço pra que esse universo paralelo que rolava no exercito visse pro centro da cena, juntando o inútil ao desagradável.
Essa gente tem que ser punida, cabe a essa geração fazer o que a anterior não fez e pressionar a classe política pra que puna e elimine todo e quaisquer movimento antidemocrático sem manter nenhuma regalia ou condição especial que possa fazer ele prosperar. Parafraseando o Bolsonaro devo dizer que a redemocratização fez foi pouco é preciso punir de forma exemplar os golpistas de ontem e de hoje.
26.12.24
Batedeira Planetária (Me mimei parte II)
Foi a realização de um sonho, tô namorando ela já tem um tempo... Postei no insta uma foto abraçado com ela quando o mercado livre entregou, fiquei com medo de nego achar que eu sou maluco, mas um monte de gente falou que tá louco pra adquirir uma. Achei engraçado, utensílios de cozinha parecem os novos brinquedos da vida adulta, dei um presente pro jovem gato e um pro adulto tbm. Todavia , depois refletindo melhor conclui que pra mim nem é só sobre eu amar culinária, tem mais coisa nessa história, que vai ficar registrado apenas por aqui mesmo.
Aqui em casa já tinha batedeira, daquela simples, quando eu comprei lembro que foi pq peguei uma promoção boa e eu basicamente queria pra bater clara em neve. O Calopsita usava bastante pra bater bolo e fazer cookie, ela super atendia.
Quando voltei pra Campos e vi o apartamento conclui que fazer massa nunca mais, pq eu n tinha nenhuma bancada pra sovar e verdade seja dita eu sempre odiei sovar massa, o período que eu fiz mais massa na vida foi depois que conheci o Sr Centro do mundo (um "ex" que falei ai em uns post a baixo), ele era maravilhoso na cozinha e muito bom com massas, muito bom mesmo, sova como ninguém (pode manter essa risadinha que vc deu aí, pq é em todos os sentidos). Foi então que comecei a namorar a possibilidade da batedeira planetária (pq diferente da comum ela sova massa), mas como massa não é uma coisa que eu faça com frequência, deixei pra lá. O lance é que quando eu pesquisava sobre batedeira tbm pesquisei sobre essas maquinas de massa fresca que serve para afinar a massa e fazer macarrão. Eu achava que uma coisa precisava vir conjugada da outra pq da mesma forma que não tinha espaço pra sovar, tbm não tinha espaço ideal pra afinar. Nessa o namorado do meu marido me deu a máquina, só que eu não tinha batedeira, então resolvi comprar.
De lá pra cá fiz várias coisas bem legais e confesso tá lembrando bastante do Sr Centro, de uma forma terna mesmo, sentindo saudade desse universo que dividíamos. No fim de semana assisti o filme "Rivais", um dos filmes da temporada e de alguma forma a dinâmica do filme me remeteu a minha dinâmica com ele. Na história três personagens tem suas vidas envolvidas a partir das suas relações com o Tênis, ele seguiram caminhos diferentes, mas permaneciam unidos por aquele universo, no filme inteiro essas relações aparecem mediadas pelo ritmo das quadras. Isso me lembrou absurdamente ele a minha relação com ele e com a culinária, pq no fim parecia ter se tornado a nossa única conexão. É difícil até falar, pq nós temos até visões de mundo parecidas, mas acho nossa diferença aguda tem mais a ver sobre como responder a esse mundo do que exatamente sobre como enxerga-lo.
Eu costumo dizer que o primeiro gesto de amor que a gente recebe na vida é alimentação e dali pra frente a gente passa a vida nutrindo o que queremos e não nutrindo o que não queremos. Minha mãe nunca foi de cozinha, mas a minha avó era a famosa cozinheira de mão cheia. Quando eu não sabia fazer nem um arroz e o máximo que eu fazia era uns mexidos malucos ela me dizia que eu era bom de cozinha, que tinha "boa mão". Quando minha avó morreu eu já cozinhava, mas cozinhei pouquíssimas vezes pra ela. Lembro que propus fazermos um almoço num dia das mães, deu tudo muito errado, fiquei super frustrado, a minha avó não conheceu minha culinária e a minha culinária é uma declaração de amor pra ela. A cozinha me acalma, me centra, me ancora, é um lugar quase sagrado pra mim, um lugar que me encontrei e que ficou uma espécie de elo perdido com a minha avó e foi nesse solo, nessa arena que eu encontrei com o Sr Centro e lá foi o único lugar que permanecemos quando já não existia mais nada... Agora a distância nos afastou de vez mesmo, mas ficou em mim o gosto pela massa fresca que ele me ensinou e é desse jeito que uma batedeira deixa de ser apenas um eletrodoméstico e vira uma ponte para boas recordações do passado e um "oi, sumido!" no presente.
25.12.24
Jogos de Tabuleiro (Me mimei parte I)
Fiz um post aqui após meu retorno falando sobre minha relação com RPG e hoje vim aqui falar de uma paixão bem mais antiga, que são os jogos de tabuleiro.
Desde sempre curti jogar, fui essa criança que jogava Jogo da Vida, War, Banco Imobiliário, Scotland Yard, Detetive e etc. Segui isso até o início da minha vida adulta. Quando eu tinha meus vinte e poucos jogava com minhas primas adolescentes. Na minha família virou um hábito então até hoje jogamos nas nossas reuniões de família, mas tornaram-se as únicas ocasiões que eu jogava.
Lembro que quando casei me imaginava numa casa em que, comigo administrando os recursos, teria uma estante cheia de jogos de tabuleiro. Mas a vida adulta chega e a gente precisa administrar prioridades. Lembrei de um vídeo recente da Rita Von Hunty em que ela questiona em que momentos deixamos de ser crianças criativas, cheias de espirito artístico e curiosidade pra nos tornarmos adultos chatos e enfadonhos. Bem, não sei responder essa pergunta e nem sei se sou um bom exemplo disso, mas sei que em algum momento eu soltei a mão disso que diz muito de uma ludicidade que o simples fato de ser adulto não tinha tirado de mim, mas que talvez a correria sim.
No ano passado resolvi virar esse jogo, comprei um "Imagem e ação" e um "Perfil" e me diverti bastante com eles, quando foi esse ano no mestrado conheci uma professora que fazia uma extensão de criação de jogos educativos e através dela se abriu pra mim o universo dos jogos de tabuleiro mais contemporâneos, diferente desses clássicos. Em geral esses jogos são pensados com relação ao tempo, para que não sejam partidas infinitas e pra serem colaborativos, ou seja, todos os jogadores unidos contra o tabuleiro, logo ou todos ganham ou todos perdem. Nessa linha o maior queridinho é o Pandemic, um jogo de 2008 onde os jogadores incorporam um grupo de profissionais contendo epidemias e tentando evitar uma grande pandemia no mundo.
No meu aniversário minha amiga me deu o Papers Dungeons uma boa versão do RPG de mesa para a dinâmica de jogos de tabuleiros e para este natal eu me mimei e resolvi comprar o Amigo de Merda (um jogo de cartas rápido e divertido pra jogar com amigos - que tenham inteligência emocional - em mesa de bar) e de natal me dei o Pandemic
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BERROOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO |
24.12.24
Ainda estou aqui e o Oscar 2025
Ainda falando em Brasília... Passei meu aniversário lá, foi um dia maravilho, almocei num restaurante mexicano super legal, assisti "Ainda estou aqui" no cinema e a noite fui no show de Caetano e Bethânia, naquele dia eu vivi um Brasil que deu certo, foi incrível.
Sobre o filme não há nenhum exagero midiático, tá sensacional mesmo. Acho que se alguém apenas contasse a história como aconteceu, por mais grave que tenha sido, não soaria tão bárbaro como efetivamente foi. O filme foi muito eficaz em passar a tortura psicológica, angustia, o drama! Se eu pudesse definir com uma palavra eu diria claustrofóbico. Ele é ambientado na maioria do tempo no Rio de Janeiro, numa casa grande, na beira da praia e consegue ser mais claustrofóbico do que e fossem 2 horas de uma pessoa trancada numa caixa. Walter Salles foi muito sagaz nas suas escolhas, Fernanda Torres foi de fato um show a parte, por que tudo, absolutamente tudo estava no rosto dela. Vi uma entrevista em que ela dizia que aprendeu com a mãe a ser econômica com o choro em cena, que se a personagem chorasse no primeiro momento em que havia sentido chorar, até o fim do filme ela estaria em frangalhos. Todo o sentimento do filme passa nas expressões contidas e poderosas da Fernanda.
A recepção dele no circuito de cinema europeu já no fez supor que havia chances para o americano, o estúdio investiu no filme. É como Fernanda diz, se trata de um trabalho de diplomacia tentar chegar ao Ocar, o que dirá ganhar e o elenco tem feito seu dever de casa. Funciona assim, os votantes da academia tem que escolher entre 86 filmes 15 pra uma pré lista, eles não são obrigados a ver os 86, mas são obrigados a ver os 15 pra poder votar. São muitos filmes então é importante que o filme faça uma puta campanha pra chamar a atenção desses caras pra assisti-lo e isso funcionou pq "Ainda estou Aqui" já está na pré lista de filme internacional do Oscar, concorre nesta mesma categoria no globo e Fernanda Torres de atriz, os holofotes estão em cima dele.
Nas rede sociais os brasileiros fazem a sua parte, por que sim, a gente perturba quando algum nosso ganha espaço nas colunas internacionais. É a possiblidade de ver o Brasil representado na maior premiação de cinema do mundo situação que não ocorre desse de 2008 e isso ainda ganha um plus quando a gente pensa que tem exatos 25 anos que Central do Brasil que tbm é dirigido pelo Walter Salles levou Fernanda Montenegro a ser a primeira atriz Brasileira a concorrer um Oscar e agora isso acontece com a sua filha.
Tudo isso é muito poético, mas a verdade é que essa história só tá clara aqui, em solo brasileiro, lá é só mais um filme concorrendo e aparentemente a concorrência não está nada fácil. Comecei recentemente a maratonar a temporada de premiação 2025, não posso falar sobre como está esse bioma inteiro, mas já posso dizer que temos grandes batalhas pela frente. No campo de filme internacional Emília Perez é nosso maior concorrente. O filme francês ambientado no México todo em espanhol e inglês dirigido por um diretor que não fala nenhuma das duas línguas, a principio parece um Frankenstein, mas parece estar agradando bastante a crítica e trás Karla Sofia Gascón, uma atriz trans, forte na temporada, numa época em que a diversidade tem sido tão valorizada, temos a possibilidade de ter a primeira atriz trans a ganhar um Oscar, logo quando Fernanda Torres tbm é uma possibilidade.
Além disso temos gigantes da indústria como possíveis concorrente no páreo como Angelina Jolie, Nicole Kidman, Kate Winslet e Demi Moore. Confesso que em geral não gosto muito da Angelina Jolie atuando e nem dos filmes que ela faz parte, mas dizem que é o melhor papel da carreira dela. Demi Moore atua no queridinho do momento "A Substância". Isabela Boskovis comparou o filme com Laranja Mecânica e eu realmente não acho um exagero. Caricatural, perturbador, incômodo, a substância é daqueles filmes que veio pra marcar a cultura pop, vamos o resto da vida cita-lo quando falarmos sobre a tentativa desesperada pela manutenção da juventude, uma atuação corajosa por que nem de longe deve ser fácil para Demi Moore no alto dos seus 62 anos, vivendo o etarismo dessa indústria, emprestar teu corpo de uma forma tão exposta pra denunciar esse etarismo.
Moral da história, temos boas chances de concorrer, grandes chances de estar no tapete vermelho e uma chance mediana de ganhar, não é impossível, mas vamos entender que um filme que trata da ditadura militar, brasileiro, contando essa história para o mundo já é vitória o bastante, se a gente conseguir a estatueta, foda... mas se não conseguirmos tudo que rolou aqui tá bem legal, não tem mais como perder nessa história, já vencemos a briga agora é só pela cereja do bolo, mas se não rolar, vai sem cereja mesmo.
23.12.24
Booomba ok ok
Falando em Brasília... Era uma quarta feira, eu tinha combinado com uma amiga que a gente ia no cinema assistir "O quarto ao Lado", filme novo do Almodóvar. Chovia baldes, resolvemos assistir num cinema tradicional na asa sul, e tanto eu quanto ela "moramos" na asa norte em Brasília. A ideia era comer alguma coisa depois do filme, colocar a conversa em dia e depois ir pra casa.
Acabou o filme, era um Almodóvar, né? Falando sobre eutanásia, com Julianne Moore e Tilda Swinton na tela, camadas e mais camadas de complexidade para serem digeridas. As luzes acenderam e nós ficamos putos, por que estávamos vendo os crédito e absorvendo... Eu olho o celular primeiro e comento "Acho que aconteceu alguma coisa, tem um monte de gente perguntando onde eu estou, se tá tudo bem, se eu vi o maluco da bomba"... Ela olhou o dela a mesma coisa.. Alguém passa atrás da gente fala "parece que um maluco explodiu uma bomba no STF"...
Tiu França não abalou a república, não destruiu a democracia, não danificou nem a estátua da justiça, mas conseguiu dar uma cagada nos meus planos naquela noite. Com todo o em torno da praça dos três poderes sem poder passar (que era nosso caminho pra mudar de asas), uma chuva infinita e sem a noção clara da seriedade do que tinha acontecido, achamos melhor voltar pra casa naquela noite. Acho que a família deveria me mandar uma placa de agradecimento pq certamente o cancelamento do meu lanche pós cinema foi o máximo do Brasil que ele conseguiu parar.
22.12.24
Brasília
Tenho uma sensação que já falei sobre viagem a trabalho pra Brasília antes aqui. Se eu somar todo tempo que levei lá esse ano certamente dá entre 3 a 4 meses, mais ou menos 1/3 ou 1/4 do ano, mas me deixa partilhar com vocês sobre o que tem rolado.
Há muitos anos trabalho com projetos sociais e é bem comum eu ter de viajar em função deles, a atual associação que trabalho eu já estive nela em outros momentos, da última vez meu coordenador (que é meu amigo pessoal) me chamou e falou que estava num novo momento de expansão e que precisava da minha ajuda nesse processo, daí eu voltei.
Na ocasião já estávamos em diálogos com empesas para patrocinar abertura de novos núcleos e um dessas conversas avançou bastante. A gente é do interior do Rio, daí solicitávamos a abertura em Cabo Frio e havia aí uma fala que a empresa estava muito interessada em Brasília, todavia supervisionar um projeto tão longe exigiria a garantia de despesas que não estavam contempladas pelo projeto. Começou uma queda e braço entre Brasília e Cabo Frio.
Na virada do ano eu tive um sonho que meu coordenador me ligava de madrugada dizendo que tinha sido Brasília e que eu fazia várias pesquisas sobre a cidade no meio da madrugada. O sonho era tão absurdamente nítido, que acordei olhando o celular pra ver se a ligação realmente tinha ocorrido. Não aconteceu, mas no dia 01/01/2024 eu acordei pesquisando sobre Brasília, contei pra ele e ele riu dizendo que eu ficasse tranquilo que tudo estava a favor de ser Cabo Frio. Meses depois, na sexta-feira anterior do Carnaval ele me liga e tivemos o seguinte diálogo:
Big Boss - Gato, suas pesquisas sobre Brasília? Você jogou fora?
Gato - Não, por que?
Big Boss - Por que a gente vai precisar, vai ter que ser em Brasília!
De lá pra cá loucura, sem passagens aéreas contempladas atravessamos Minas Gerais várias vezes de carro, 1250 km, uma pegada pesadíssima. A associação alugou um apartamento funcional e eu passei a eventualmente morar em Brasília. O amor por Brasília não é óbvio, na verdade é bem contra intuitivo. É fácil ter antipatia pela cidade, talvez pelo ranço da política, pelo ar seco, pelo tom artificial que tem uma cidade tão planejada, pela desigualdade gritante que a constituí desde sua criação.
Quando falei pra meu pai sobre ir pra lá, ele que ia muito quando mais novo, dizia que há 20 anos atrás era a única capital do Brasil que ele se imaginava morando. Eu fui pra lá executar um projeto, fora do plano piloto, precisei contratar pessoas, ouvir suas histórias, me incorporar naquela equipe. Conheci usuário do projeto, a famílias, os profissionais da rede de pouco a pouco fui vendo com outros olhos. No plano eu tenho uma grande amiga que mora lá a 4 anos, tbm ia tendo encontros pelo tinder ou mesmo pelo grinder... Eu comecei a viver a cidade não como turista, mas como morador mesmo.
Pra vc começar a ver beleza em Brasília, precisa estar atento ao misto de sotaques, auditivo as histórias de uma gente aguerrida, com o olhar atento para além do plano piloto e lembrar que mesmo nos ambientes mais inóspitos o real resiste e a vida floresce. Um belo dia, voltando pra casa pelo eixo monumental, olhando as luzes da cidade e os monumentos apoteóticos, de uma hora pra outra comecei a ver beleza no que antes só me parecia excesso e de repente como num passe de mágica passei a achar os endereços que pareciam uma batalha naval intuitivos, os monumentos lindos, a organização aconchegante.
Em 2025 eu descobri outra Brasília e gostei do que vi, das músicas que ouvi, da comida que comi, das gargalhadas que dei, das histórias que escutei. Ontem estava passeando com o marido e os dogs e aí comentei com ele que já com 40 anos talvez o sonho da juventude de morar no centro de um grande centro já não esteja tão forte assim, por que as minhas prioridades são outras, mas que talvez considerasse se fosse Brasília, me deu um dejavu da fala do meu pai. Sindicalista, petista, militante que aprendeu a amar o campo de batalha no meio da guerra, assim como eu... Dessa forma, quase que seguindo uma tradição, mais uma flor floresceu num coração no meio do planalto central do Brasil.
Um Hiato
Não fui embora, foi apenas um hiato gigante... Pq é isso, minha vida é uma loucura. Odeio viver falando isso, mas é real. Sempre disse que se não tenho tempo pra estar com as pessoas que gosto ou fazendo as coisas que gosto, provavelmente algo no meu estilo de vida está errado, mas foi exatamente nesse buraco que cai, parece que tô sempre me desculpando com tudo e com todos por não ter tempo para todas as coisas.
Depois do post da Cher tive que ir pra Brasília levei três semanas, quando voltei o trabalho estava me organizando pros fechamentos de fim de ano e sair e férias, fechando o semestre na faculdade.. Uma correria sem fim.
Agora eu entrei de férias, mas com taaaanta coisa pra por em dia que nem sei se vai ser exatamente uma bonança. É o corre de sempre com sensação térmica de 45 graus,
Nesse meio tempo algumas coisas aconteceram, i contar resumidamente nesse post, mas resolvi explorar melhor e diluir em alguns posts que vou soltando durante semana. Então, amores! Apertem o sinto, que mamãe voltou.