14.10.24

O tal do tempo


Todas as vez que tento retornar pra esse blog retorno com um post de voltei e no fim nunca seguro. Dessa vez resolvi fazer diferente, ninguém tá lendo mesmo, que se foda, um belo dia resolvi escrever e o fiz. Já disse aqui algumas vezes que amo reler coisas que escrevia e pensava há anos atrás então quero gerar registros pro Gato do futuro, isso é um carinho nele que certamente se reler aos 50 vai dar uma ronronada.

Daí voltei e escrevi sobre várias coisas que queria falar, acho que post anterior é o último nesse sentido, que de alguma forma me atualiza pro público (oi?), agora é escrever sobre coisas que estão acontecendo mesmo, sobre o hoje, o agora.

Eu quero muito manter esse blog, mas confesso que o tempo é um desafio, ok que o período que fiz esse blog era outro momento, eu se quer trabalhava, mas mantive um bom ritmo até 2013, quando eu já trabalhava bastante, só que agora parece que nunca sobra uma hora livre pra fazer um post vez ou outra. Aliás nunca sobra uma hora livre pra anda... Eu preciso trabalhar, estudar pro mestrado, cuidar da casa, sair com o marido, encontrar algum boy, estar com os amigos, fazer atividades físicas, passear com o cachorro, ver as crianças... Parece que tempo nenhum nunca é suficiente. Eu tô com 40 anos, em 2009 tinha 25, a relação com o tempo é outra! Já estou nos segundo tempo a vida, a ampulheta já virou!  Lembro que quando eu era adolescente assistia diariamente malhação, a novela das 06, das 07 e das 08 e fora outros programas. As novelas são historias continuadas que duram oito meses em episódios de segunda a sábado durando em torno de uma hora e meia, hoje se uma série tem 10 episódios de uma hora e tá na segunda temporada eu já não pego, por mais recomendada que ela me seja. 

Mas não tô desistindo e nem dizendo que não vou mais escrever, não quero parar, nem e longe quero parar, mas talvez só precise pensar sobre como consigo encontrar tempo pra mim e quando digo "pra mim" não é pro meu enriquecimento cultural, educacional, social, não é nada disso... É pro meu silêncio, é de mim pra mim mesmo, é pra minha subjetividade. Dia desses vi um vídeo da maravilhosa Rita Von Hunty em que ela fazia uma provocação perguntando onde anda a nossa criança interior, sobre em qual momento da vida deixamos de desenhar , ou cantar, ou brincar ou fazer qualquer coisa que te fazia criativo, curioso, inventivo... Fiquei pensando sobre o quanto eu era um garoto divertido, engraçado e leve e o quanto talvez a correria da vida tenha feito eu me desconectar disso.

Sinto que o que preciso pra me resgatar é só olhar pra mim mesmo e ter tempo pra desabrochar uma coisa ou outra. É sobre um tempo que quero ter pra me olhar e esse olhar esse blog me entrega como nada mais. O tempo é outro e eu preciso dar um jeito de montar nesse touro mecânico e me manter em pé, pra não me perder de mim. 

Em geral tenho escrito nos domingos e aí coloco vários posts programados, mas quero tentar voltar a fazer como antes, quando tudo que acontecia eu queria despejar aqui e  dava um jeito de fazer isso, mesmo que precisasse acordar mais cedo, ou dormir mais tarde, ou dar uma morcegada no trabalho, mas vinha aqui por pra fora de forma muito espontânea, cheio de vontade, cheio de mim mesmo. Esse é o plano, vamos ver até onde vou chegar. 

2 comentários:

  1. Escrever é sempre terapêutico. Espero que continue!

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    1. Tô me esforçando pra isso, nem que seja só pra eu vim ver no futuro, imagina que máximos seria se eu tivesse escrito esse post da Cher há10 anos atrás (e super poderia ter feito)? Mas em se tratando dela, pode ser que eu volte em 2034 e ache maravilhoso o fato dela ainda estar do mesmo jeito.

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