13.3.11

Bruna Surfistinha e a arte da bloguetagem


Na semana retrasada estive no cinema assistindo o filme da Bruna Surfistinha e devo começar dizendo que neste caso eu sou suspeito a falar. Gosto da Raquel (nome verdadeiro da Bruna), da maneira que ela fala, que se coloca, que consegue falar as maiores putarias da vida sem parecer vulgar nem de longe. Li mais de uma vez “O Doce veneno do escorpião”, gosto do livro, a historia é boa e ele é bem escrito. Por fim gosto bastante da Débora Seco, que até por estar numa zona de conforto mandou muito bem.

É claro que o livro é muito mais rico em detalhes, mas não vou cair no clichê de dizer que o livro é muito melhor.. O filme fez as edições necessárias pra que houvesse dinâmica, mas conseguiu passar perfeitamente o espírito da coisa, em alguns trechos sinto que fez isso até melhor que o livro. Raquel é tão espontânea na sua escrita que os períodos mais trashs da sua historia não pareciam tão pesados, só no filme você consegue ter uma dimensão mais clara do quão escuro foi o fundo do poço em que ela se meteu. Os detalhes a mais do livro vão dar conta melhor da curiosidade daquele que queria saber mais sobre o cotidiano de uma garota de programa, este expectador vai saber de alguns casos mais curiosos, vai entender o por que dela se interessar por psicologia e conhecer suas fantasias. Agora se você está interessado numa boa historia que aponta pra contradição humana, pro quão relativa é a noção de valores e sobre as idas e vindas da vida o filme atende tão bem quanto o livro.

Mas por que o blogueiro gosta tanto da Bruna Surfistinha??? Bem... Não acho que essas coisas se explicam tanto pela via da racionalidade. Eu gosto por que gosto, me agrada e isso tem a ver com as experiência vividas que por associação acabam me fazendo gostar de uma coisa ou de outra. De cara acho que o fato dela ser prima já depõe a seu favor para entrar no meu coração, tem gente que acha muito legal um médico, por exemplo, eu acho muito legal ser puta e o desconforto que ela causa quand resolve escrever um livro contando, por exemplo, a cerca do sem número de homens casados que pediam pra ela por um consolo e meter neles.

Num outro post aqui falei que admirava o fato de Geyse Arruda ter transformado o seu limão numa limonada. Geyse fez isso com métodos, na minha opinião, um tanto quanto escusos. Arruda foi caçar namorado na televisão, entrou em reality show, posou nua e até inventou uma falsa gravidez pra estender seus 15 minutos de fama. Bruna começou com um blog, que virou livro, largou a vida na hora certa. O livro virou best seller, ela emplacou com mais dois, sem tanta repercussão. Quando nego pensa que ela acabou surge com um filme interpretado pela Deborah Seco. Bruna Surfistinha soube fazer uma limonada com muita categoria. O meu palpite pra formula do sucesso se da em duas vias, a primeira tem a ver com a experiência de uma menina de classe media a cerca de um universo que a classe media tem curiosidade, vive ao lado, mas conhece muito superficialmente. Bruna sabe escrever com os olhos do expectador por que ela vive os dois lados.

O segundo ingrediente é onde entramos... Bruna tem aquilo... Aquela coisa que nos une, aquela angustia que caminha da cabeça pro dedo e converte subjetividade em letra... Bruna sabe relatar... E saber relatar é uma especificidade do saber escrever. Ela consegue ser clara, reta, direta e tudo isso sem ser demasiadamente pesada como a situação sugere. Para um blogueiro escrever é uma maneira de sistematizar essa angustia que nos consome. Devidamente descrita temos melhor controle a cerca dessa onda toda, nos sentimos melhor e norteamos melhor nossos passos... Talvez seja por isso que goste da Bruna Surfistinha, por que no fundo tenho a sensação que estamos na mesma tribo, estamos do mesmo lado.

5 comentários:

  1. eu só me interessei a ver o filme pelo fato de ser protagonizado pela Debora Secco, mais acabei gostando do filme, e depois de ler o que vc falou me interessou ler o livro tbm, um tempo atraz eu vi no youtube uns videos dela relatando algumas das historias dela, acho que trechos do livro,

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  2. Me julguem, mas eu li boquetagem. Acho que essa era a ideia, né?

    Sobre o filme, quero muito ver.

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  3. Também vi o filme e escrevi minhas impressões aqui:

    http://blogayconversafora.blogspot.com/2011/03/bruna-surfistinha-o-filme-download-rmvb.html

    Assim como Cadu, vi o filme sem ler ter lido o livro, porém, assim que acabei de assistir, fiquei com mó vontade de ter o "Doce Veneno do Escorpião" em mais, depois desse teu post então... Minha vontade de lê-lo só aumentou. Tô planejando comprá-lo já. RÁÁ!

    E quanto ao filme, diante do parágrafo anterior, é óbvio que eu vibrei com esse filme. E é nacional, PORRA! Também achei digna a comparação que fizeram da essência de "Bruna Surfistinha" com a essência da história de "Cisne Negro", onde ambas as personagens seguem em buscas de suas identidades através da entrega do corpo. Até chamaram a Deborah Secco de Natalie Portman brasileira, gente! HEHEHE...


    Um cheiro, homem! E vê se aparece. Saudades mil!

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  4. Ah... E falando em Geyse, eu tô me prostituindo lá no blog pelo livro dela, dá uma olhada e vê se tu pode me ajudar, colega. Por favor!

    http://blogayconversafora.blogspot.com/2011/03/me-prostituindo-por-um-livro-ajude.html

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  5. ainda nao vi o filme e nem tive a curiosidade de ler o livro. acho q consigo ver o filme essa semana...
    mas tb tenho la minha admiração por ela!

    abraços do voy

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