15.2.14

Oscar 2014 - Atriz Coadjuvante e Roteiro Original

Alguém tinha me dito que parar por um longo tempo um blog e voltar depois não era uma tarefa fácil e a vida veio pra ratificar. Não que seja uma pretensão deixar isso aqui, mas acho que realmente anda me faltando o gás. Amo o exercício de olhar pra trás que esse espaço me proporciona e a catarse que permite com que eu me reinvente sempre, mas tenho tido dificuldade de manter o hábito mesmo.

Nessa época do ano costumo a escrever bem sobre Oscar e BBB, e as coisas em 2014 estão tão  esquisitas que em 14 edições do BBB deixo de ver pela primeira vez. Preguiça, aquele monte de eliminação no início embolou meio de campo num naipe que não deu pra mim. Os filmes do Oscar tmb demorei a ver, mas do final de semana pra cá liguei o play e desenfreei. Das oito categorias que acompanho só me faltam dois filmes e agora começo a fechar as tampas das categorias.O que me da total energia pra voltar aqui pro meu cantinho, por tanto... Que comecem os trabalhos:

Antes de escrever sobre as categorias especificamente, preciso fazer um adendo e dizer que esse ano o Oscar está excepcional, ainda não houve um filme que não tenha gostado. Não há nenhuma mega transformação (no máximo Jared Leto em Club de Compras Dallas) e nenhuma power produção, mas os filmes estão bacanudos, pessoal fez o dever de casa super direitinho, tá difícil até de torcer, mas vamo que vamo...

Roteiro Original

Blue Jasmine
Club de Compra Dallas
Ela 
Nebraska
Trapaça

Blue Jasmine é uma delicia e a trama digna de premiação mesmo. Woody Allen consegue imprimir em Jasmine a imagem do ideal feminino numa sociedade machista e o melhor, mostra esse ideal quando tudo rui. A mulher rica, com um "q" de cultura que serve para melhor compor a mesa do marido e que ignora toda e quaisquer preocupação com a natureza desse dinheiro em prol do seu conforto garantido se vê falida e diante do que resta da vida quando o dinheiro sai de cena... Ou seja... Nada! A história é brilhante e eu super-entenderia se ganhasse, mas pelo incrível que pareça há melhores.

Club de Compra Dallas eu amei, mas confesso que a história me parece muito pouco crível.  Ok, sabemos que ela foi baseada em fatos reais, mas ninguém me tira da cabeça que faltam grandes peças, seja por que não houve como ser colocada no filme ou por que foi mal colocada mesmo. O personagem viaja mundo inteiro atrás de remédio ilegal para comércio, trata de uma pá de soropositivos, quando tudo ainda estava em teste. Age de forma ilegal, na cara dos EUA e vai muito longe com isso. Gosto do tema abordado para além do HIV, mas da liberdade em se escolher o próprio tratamento, de ser parte dele. O filme é fantástico com personagens dúbios e absolutamente humanos, porém me ficou essa sensação que faltou parte pra que houvesse coerência.

Nebraska é lindo, não esperava tanto dele... Delicado, com personagens generosos e bonito, sabe??? É um filme bonito demais. Um filho resolve acompanhar o pai já idoso e alcoólatra numa viagem longa atrás de um suposto prêmio de um milhão numa cidade distante. Na verdade o milhão era apenas propaganda de uma empresa, mas como o pai não se convencia e insistia em tentar ir ele resolve aproveitar a oportunidade e o levar pra viajar. No caminho param na cidade natal do coroa onde reencontram com pessoas e vira uma celebridade quando conta a todos que ficou milionário. Leve, divertido, engraçado em diversos momentos, pra mim é mais um que merecia, mas ainda preferi outro.

Trapaça tem arrematado vários prêmios, é uma historia inteligente e divertida, mas sinceramente acho ele um filme tão super estimado quanto o Lado Bom da Vida foi. Talvez eu seja limitado para enxergar a genialidade de David O. Russel, como sou pra Irmãos Cohen e outros. O filme é gostosinho, mas pra mim é um bom sessão da tarde, ganhar premio de roteiro é muita informação. 

Eu sou suspeito a falar de Ela, até hj chorei com três filmes na vida, um foi ele. Nos dois anteriores derramei uma lágrima ou outra, com ele fiquei de cara lavada, não conseguia falar de tanto que chorava e até hj to respirando para rever o final. Daí penso que a avaliação de um filme (principalmente minha que faço de forma amadora, que não tenho a pretensão de me fazer um crítico, quero apenas ser expectador) tem muito da técnica aplicada a ele e tem muito do quanto ele te toca e "Ela" me tombou... A historia me arrebatou pq comecei achando a sinopse legal, fiz uma puta critica durante boa parte do filme e depois passei a ser conquistado por ele. Para além do quanto me tocou não da pra desconsiderar que é uma historia inteligente, bem pensada, um filme futurista que considera essa tecnologia avançada dentro de uma sociedade real, dentro do mundo que a gente vive. Ele é brilhante, ganhou o globo de melhor roteiro e minha torcida.



Atriz Coadjuvante

Sally Hawkins - Blue Jasmine
Jennifer Lawrence - Trapaça
 Lupita Nyong'o - 12 anos de escravidão
 Julia Roberts - Álbum de Família
 June Squibb - Nebraska


Sally Hawkins interpreta a irmã pobre de Jasmine a quem ele recorre no momento que está falida, a personagem é excelente, fundamental pra história e muito bem interpretada, acho que o próprio shape da atriz ajuda pra composição desta personagem, porém o que acontece aqui volta e meia ocorre no oscar e acho uma covardia, que é uma personagem de fato coadjuvante competir com uma atriz que é quase principal. A mesma situação acontece em 12 anos de escravidão, aliás exatamente a mesma coisa.. O Shape que ajuda, a importância da personagem pra história, mas muito menos central do que suas concorrentes.

June Squibb e Jeniffer Lawrence são de fato coadjuvantes e ambas dão um banho, roubam bem a cena. Lawrence está linda e super-convence no papel que executa, tem arrematado todos os prêmios e provavelmente vai ganhar o Oscar. June faz uma personagem linda, mega fofa e que consegue imprimir perfeitamente a natureza generosa e divertida do filme que atua.

Agora Julia Roberts... Mais uma vez suspeito a falar... Amo, né??? Amo e amo ver naquele papel.. Naquela imagem da mulher na casa dos quarenta, forte, cheia de crises... Adoro Julia Roberts, amei ve-la junto Meryl Streep, acho que o filme tem apanhado da crítica super injustamente. E minha torcida aqui fica totalmente pra ela, mesmo por que teve mais oportunidade e destaque que as outras, mas devo assumir que o sorriso de Julia Roberts, o olhar, o gesticular, sempre me diz muito e por isso repito... Sou suspeito!!!.



Termino aqui a transmissão, ninguém vai ler, mas eu sobrevivo... Aguardemos cenas dos próximos capítulos!!!

3 comentários:

  1. Cara to muito atrasado com o Oscar esse ano. Total de filmes indicados a melhor filme assistidos: zero. Mas gostei muito do post, todo mundo chorando em Ela e suspirando por Nebraska.

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    1. Adulto, eu tava na mesma situação... Pra assistir todos da categoria melhor filme, atris, ator (principais e coadjuvantes), diretor e roteiro (adaptado e original), vc só precisa ver 12 filmes e a festa ainda é em março, super tah em tempo de correr atrás do prejuízo... Ainda não vi o comentário da galera, fico feliz que não to bobo sozinho, já tava achando que era a idade... hauahauhauahauahaua

      Agora to pra te dizer que "Ela", nesse espaço virtual tende a ganhar mais lágrimas mesmo. Quem um dia já teve um amor virtual que nunca conheceu ou se permitiu sentir algo a mais por alguém através da tela se compadece do sentimento do personagem mesmo que a situação diferente... Super-da pra se colocar no lugar...

      Eu chorei um balde!!!!

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