11.10.24

Um respiro com Erika Hilton

Nos últimos posts aqui no blog acho que eu vim com muito pessimismo e não é em vão, pensar o mundo em 2024 é  uma ocasião que merece. 

Dia desses uma amiga disse que sempre que lê autores  indígenas  tem um sentimento de esperança muito positivo e que sentir esperança é  decolonial. Acho que faz muito sentido,  nada mais mantenedor  do que a descrença e a certeza de que nada vai mudar; o capitalismo precisa disso pra se manter. Os povos originários tem clareza que somos apenas parte do mundo e que a natureza é  maior,  ela se refaz,  ela toma de volta pra si o que é  seu. Então no fim acho que acaba a gente,  mas fica o mundo e isso me parece bem otimista até. 

Mas quero ser ainda mais e dizer que se a extrema direita avança a resistência tbm. Se Nicolas Ferreira é uma produção típica dos tempos atuais  Erika Hilton tbm é. Em que outro momento da história  desse país teríamos uma mulher preta, trans e periférica sendo deputada,  jantando esses escrotos diariamente? 

Só nesses tempos um deputado poderia enaltecer um torturador da ditadura que torturou a "ré"  durante um processo de impeachment, fato! Mas tbm é só nesse tempo que um homem preto gay estaria lá pra cuspir na cara dele na mesma ocasião. 


Trump é  o capeta, mas a possibilidade ter uma mulher preta sendo presidente dos EUA é  o céu e eu poderia levar horas comparando Silas Malafaias com Padres  Julios Lancelotes  ou Ricardos Sales  com Marinas Silvas, mas vou ser resumido e apenas reforçar que tbm temos conquistas e avanços... E que se a frase famosa de Che Guevara é que "há de se endurecer sem perder a ternura" a nossa é de resistir sem perder a beleza,  pq sim a crise é  estética. Se imagens como essa são produtos dessa era:

Erika Hilton ganhando prêmio da geração glamour tbm é:

E é isso,  permaneceremos aqui,  não toleraremos o mal gosto e pra cada Marçal que surgir é  uma caldeirada que estaremos prontos pra entregar! E tenho dito!



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