5.9.11

A medida certa da exposição




E a internet chegou ampliando a discussão a cerca de exposição/privacidade, por que hoje, sejamos famosos ou não, todo mundo tem na rede a possibilidade de criar seu paperview próprio.

Nós, blogueiros, somos a maior prova disso... O blog é uma arma preciosa a favor da exposição. O meu, especificamente, tem a função básica de fazer catarse, elaborar tudo isso que carrego comigo e a exposição acaba se tornando um colateral desse movimento.

A bem da verdade é que se eu não tivesse uma profissão moral em que minha imagem deve ser neutra diante do maior número de problemáticas possíveis e que torna um tanto quanto complicado tah expondo minhas neuroses, sem dúvidas acabaria me expondo muito mais. E por que??? Por que acredito administrar bem isso, acho o preço justo para fazer a bendita catarse.

Sinto que me exponho muito menos via blog do que via FB, por exemplo. Não que lá eu me coloque mais do que aqui, mas por que o pouco que me coloco lá é lido por gente que nem lembro que existe. Não é nada incomum eu encontrar alguém que eu nem lembrava ter no FB e a pessoa dizer que ama meu FB e morre de rir comigo, ou eu falar que estive num determinado lugar pra alguém que não vejo há 200 anos e ela dizer que já sabia por que tinha lido no FB.

Poucas pessoas do meu convívio tem meu blog e muito menos acompanha, sinto que tenho um certo controle. É verdade que no início desse ano comi um dobrado ao escrever sobre o falecimento de um amigo de nome bem incomum e que o povo jogou no google fazendo um mar de gente me achar. Porém duvido muito que alguém daquela leva permaneça até hj por aqui (se tiver por favor se manifeste ou procure a luz).

Com namorado a situação foi interessante... Pouco tempo depois que começamos falei do blog... Muita gente me desaconselhou, mas não consigo não falar. Acho uma dimensão muito grande da minha pessoa pra permanecer em off... Não dá... Isso sou eu... Porém perguntei mesmo se ele queria ver, por que era um espaço de elaboração meu, que eu não ia deixar de falar das coisas, dos homens, das minhas chateações com ele quando fosse o caso.

Acho que de forma muito madura ele reconheceu a própria imaturidade e optou por nem saber o endereço. Algum tempo depois conheceu, olhou, mas não frequentou vindo muito raramente. Logo que passei o endereço pra ele fiz um post falando sobre minha preocupação q passasse a me frequentar e nego disse que eu n deveria me preocupar por que eu sou uma pessoa incrível, que ele só ia ter orgulho etc etc etc... Mas a informação não procede e eu não posso tomar blogsville como padrão.. Acredito que uma parte significativa das pessoas que me leem aqui e que fazem isso por que de alguma forma se identificam, lidariam bem com um post onde eu deixo claro que me senti atraído pelo cara que apertou o pau pra mim na rua, mas ele não...

Eu costumo sempre dizer que não ando no passo da maluquice dos outros, fato... Então não é incomum eu não deixar de fazer algo por não ver nada demais a menos que seja convencido do contrário. Se nego é doido, ele que me acompanhe, não sou obrigado. Todavia uma relação é feita de dois e não posso querer tb dar todas as cartas. Penso que se Seu João gosta de ver futebol e Dona Maria não gosta... Seu João assiste e Dona Maria não... Qualquer coisa fora disso não é respeito e sim imposição. Não vejo nem a necessidade de vez ou outra ela ver com ele ou ele deixar de ver... Só são duas horas porra, sacrifício desnecessário. Numa relação devemos fazer concessões, mas também não tem que ser um constante e penoso sacrifício.

Namorado sabe que tem coisas que não abro mão, minha liberdade no yag é uma delas, mas outras eu negocio e procuro me policiar. Acho que ele já mudou muito e eu tenho tentado ser mais maleável tb.

O que tem me feito refletir é o seguinte... Acho que me exponho na medida certa, mas quando venho escrever sobre mim e esbarro nele??? Será que estou o expondo, não respeitando sua natureza reservada, quando escrevo que achei o cara atraente??? Ele leu, eu mostrei... Ele não gostou... Conversamos e o problema foi contornado, mas preciso achar a justa medida para que ele seja resolvido. Lembro que uma vez o ex dawson’s creek reclamou por que eventualmente eu falava com meus amigos sobre sexo q fazia num tom de presente então naturalmente estava falando dele tb e claro que ele tinha o direito de simplesmente não querer tua vida sexual comentada numa mesa de bar.... Também lembrei da entrevista do Edu quando ele contou que teve uma época que criou uns códigos pra comentar coisas do tipo “fiz sexo oral” e afins.. Mau chegou e fez um “opa.. segura ai no freio” e ele segurou. Acho justo...

Agora que a gente vai ter um convívio físico muito maior é natural que tenha mais posts falando sobre ele e espero ter o bom senso pra acertar o ponto pra nem me abafar e nem expô-lo... Como pra mim tudo é muito natural fica meio complicado, mas me esforçarei.

8 comentários:

  1. Perfeita esta sua percepção. Por aí caminha o grande segredo para uma relação um pouco mais salutar, já que relações humanas dificilmente são tão salutares assim, se é q me entende. Tudo na vida tem o seu preço e devemos estar dispostos a pagá-lo caso desejamos trilhar determinado caminho. Todavia, o único preço q não encaro é a minha liberdade e a minha identidade. Não foi fácil, confesso, entendermos isto [de ambas as partes] mas crescemos e atingimos um ponto razoável de compreensão desta verdade. Torço, e muito para q vcs consigam trilhar este caminho da compreensão mútua ...

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  2. Adoro qdo o Bratz fala que minha perspectiva a cerca de relação tah perfeita... Me sinto no caminho...

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  3. Pois é! "uma relação é feita de dois e não posso querer tb dar todas as cartas". Por isso mesmo refleti e achei que não tinha mesmo necessidade de escancarar tudo. Mas esse sou eu. E essa é minha relação com o Bichinho. Confio no seu taco, na sua percepção e no seu carinho para com o Calopsita. Ei, você é bem melhor em comportamento humano que eu!! Então vai que tá no caminho certo sim! :-)

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  4. essa é uma reflexão q sempre me faço, não de como evitar expor um namorado, claro, mas se estou me expondo mto. sou extremamente criticado por expor que estou mal, q estou triste, e mta gente critica dizendo q eu não devia expor isso, que é pessoal demais, isso me deixa em dúvida... qual é o limite? o q podemos falar e o q não podemos? não tenho uma resposta, tb estou procurando por ela.

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  5. Se a pessoa tem seis anos de blog ainda n achou a medida, to começando apensar em desencanar...

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  6. Querido Gato, encarandando a Preta Gil acho que tem que ser literalmente a Medida do Amor. Muito maduro não dar todas as cartas. Sucesso em seus novos posts com uma presença especial!

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  7. Algumas coisas tem que serem preservadas sim. E talvez não seja uma medida pra vc achar sozinho, já que envolve o calopsita também.

    Agora, se perder a medida, é essencial que tanto vc como ele saibam que vc o fez, mas tentando fazer o melhor que vc podia pra respeitar todo mundo. Compreensão é uma boa palavra. Parceria é outra. Anulação de identidade já não é um bom negócio, né? E como vc já sabe de tudo isso, só vc e ele podem saber ao certo essa medida...

    Abraços!!

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  8. A não ser que eu esteja num dia possuido, eu sempre fico ponderando nos posts que eu se eu estou ou não me expondo demais da conta. Algumas vezes sim, julguei ter passado do limite a posteriori, e inclusive já deletei alguns posts lá. Acho que a medida muda com a ocasião, a fórmula certa não existe no fim das contas...

    E a foto? Bom, ela é ilustrativa, mas a república estava no mesmo nível... não tinha onde pisar! hahaha

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