Rock in rio – Sobrevivi

Então, eu n podia deixar de comentar essa experiência quase que espiritual da minha vida com vcs... 10 anos depois eu volto à cidade do rock... O post vai ser grande, é possível que ng leia, mas preciso desabafar. Quando o evento voltar em 2013 espero estar com o yag aqui, caso me esqueça de algum dos importantes detalhes.

A CHEGADA – IMPRESSÕES INICIAIS

Bem... No post anterior cheguei a comentar aqui sobre a safadeza oculta que foi a venda do rock in rio card. O evento não foi no Rio de Janeiro, foi em lost... Não podia chegar carro até 1,5kms, n entrava taxi, n passava ônibus... A única alternativa decente era comprar um card que custava 35 reais a ida e volta, daí o busão de primeira classe te deixava na porta, saindo de diversos pontos da cidade e te deixando em outros. O lance é que eles inventaram essa porra e vc era OBRIGADO a comprar se quisesse dignidade. A sua compra foi amplamente divulgada do Rio de Janeiro, pra vc que veio de longe e não tinha conhecidos no Rio, Deus que te ajude. Além disso, a venda foi marcada até segunda feira dia 19 e acabou na quarta da semana anterior. Enfim, a maioria das pessoas se fuderam, acho que se essa era a única acessibilidade ao evento tinha que vir vinculada ao ingresso, pk do que me adianta ter uma entrada pra um lugar impossível de se chegar??? Didi Wagner (que está cobrindo o evento pela multishow) ficou puta no transito e criticou a organização pelo twitter, depois se corrigiu dizendo que n se referia a organização do evento e sim a algumas escolhas equivocadas da prefeitura ligadas a acesso... Ahan Claudia, senta lá.. Já era, se fudeu se juntando ao coro que excomungava a organização do evento no que tange a acessibilidade.

Na ida eu consegui pagar 20,00 e ir no bus de primeira classe, mas nakelas... Tinha um 20,00 bem grande na frente do ônibus. O motorista disse que não sabia se podia aceitar dinheiro, o encarregado disse que poderia sim, um fiscal me perguntou como q eu iria qdo expliquei me disse que na verdade deveria comprar numa loja da Rio Card, mas como eu era de fora, que pagasse, entrasse e não falasse que tive aquela conversa com ele... Com medo eu fui...

Dentro do bus descobri que não podia levar comida, água nem nada nesse sentido e eu tinha na mochila mantimento pra morar no rock in rio por um ano se quisesse. Escondi os biscoitos em baixo dos casacos e arrisquei a bolsa térmica com os líquidos na mão. O segurança não viu os biscoitos e disse que ia aliviar a água (o nome disso??? Rio de Janeiro)

A cidade estava linda mesmo, muito merchan em tudo qto é canto, muito brinde (amo brinde), muita fila... Era fila pra tudo. Tava bem melhor que em 2001 que era uma reunião de um monte de tenda como se fosse um acampamento cigano gigante. Dessa vez tinha um estrutura maneira e a noite ficava linda.

Cheguei lá por volta das 16:00 e n deu pra ver tudo (menos ainda andar em brinquedos), mas a gente preferiu por voltas 17:30 marcarmos lugar perto do palco. Não consumi nada lá, mas considerando que um copo de água era cinco reais as coisas deveriam estar caras... Tudo bem que nesse tipo de show, água lá na frente no meio da multidão sempre é um absurdo mesmo, quando o vendedor desponta o povo grita água desesperadamente. Ele abaixa a caixa da cabeça e em um minuto vende tudo.

Outra observação que achei interessante é que o público me surpreendeu bastante, esperava que 80% dos homens seriam gays, sobrando uns 20% que foram com as namoradas... Bem, aparentemente tinha muito hetero só com amigos (veja bem, eu disse aparentemente), vi alguns casais gays de mãos dadas, mas nada muito além. Muito menos droga do que imaginei, por algumas vezes vi o povo reclamando com os seguranças que nego tava fumando maconha e eles mandando os caras apagar.

PARALAMAS E TITÃS – OS CARAS

A abertura foi bacana, o povo achou bonitinho a orquestra sinfônica e Milton nascimento cantando Fred Mercury e tals... Daí vieram Paralamas e titãs... Eu particularmente gosto de ambos em especial dos Paralamas, acho Hebert Vianna um gênio, mas até por achar que o público teria muito do limitadíssimo público homossexual, pensei que não teria muito saída, mas teve. O público curtiu, os caras são super-seguros no palco, tem experiência com o evento e sabiam o que estavam fazendo. Como eles não foram anunciados como as principais atrações da noite no palco mundo, cheguei a achar que só abririam e iam cair fora, mas fizeram um show super completo e com bastante adesão

CLAUDIA LEITE – A PUTA, FILHA DA PUTA

O comentário era geral, todos diziam que iam vaiar, gritar, xingar... Todo mundo metia o malho nela. Daí ela surgiu e pra minha surpresa ng vaiou, as pessoas respeitaram, sabe??? O palco bem estruturado, ela cafona como sempre, mas linda. Não houve tanta adesão quanto paralamas e titãs, mas tudo fluía bem até que a puta, filha da puta teve a catastrófica idéia de cantar a corda do caranguejo... O público a respeitou... Já ela...

Eu juro que cheguei a pensar na possibilidade dela cantar essa porra, mas depois tirei da cabeça pensando que teria esse bom senso. Ledo engano cada dia que passo me covnenço mais que essa coisa de bom senso é pra poucos. Lembrei de Sandy e Junior cantando vamos pular no quinto dia de cidade do rock (em 2001), quando a grama tinha ido pra puta que pariu, só havia o chão batido e levantou uma poeira que deve ter algum grão no meu pulmão até hj.

Se ela cantasse essa porra seria ainda pior. Caso vc n conheça a música deve tah sem entender o porquê deu ta falando isso... Explico... No refrão dela tem uma coreografia onde todas as pessoas se jogam ora pra um lado, ora pra outro. Éramos 100 mil... Da pra imaginar??? Antes do refrão ela parou deu uma risadinha, disse que sabia que éramos muitos... Eu cheguei pra namorado e falei “segura na minha mão e tenta não se mexer... NÃO ME SOLTA”... Um grupo de cinco meninas quase-anãs que estavam atrás de mim, tudo deu a mão. E foi um inferno.. Um verdadeiro inferno. Nessa de ir pro lado os espertinhos encontram abertura pra ir pra frente, o negocio imprensou de tal forma que ficou sem condição... Cansou geral, ficou um calor da porra. Na segunda vez que ela puxou o refrão perguntou ao público se iria com ela. O público fez n com o dedo, gritou não, xingou ela.. E ela ficou no vácuo, igual uma loca de um lado pro outro na corda do caranguejo enquanto NINGUÉM se mexia. Daí pra frente a adesão que já era pouca foi nula, o show morto... Antes eu não gostava dela, agora tenho fobia...

KATY PERRY – UMA DIVA

Foi a vez dela, o palco super decorado no estilo California girls, antes de entrar no palco uma back vocal vestida naquele estilo jogava balas pro povo junto com um cara que tinha um treco tipo aquelas bengalas doces em que ela metia a bala dentro e ele atirava lá na puta que pariu. Quando katy surgiu o público delirou... Ela foi linda, simpática, num palco fodástico... As coreografias eram bacanas, as roupas tb. Tipo... Depois que vi o show da Madonna é foda, pk a gente compara, não é nada daquilo, mesmo por que os caras tiveram meia hora pra arrumar um palco, mas vc via a preocupação em fazer uma coisa bem feita. Ela só repetiu roupa em duas músicas, de resto trocou o tempo inteiro, pegou o cara da platéia, beijou ele, foi na grade e deu o microfone pro povo cantar... Uma simpatia!!! Além disso fez coisas como cantar uma música vestida com algo tipo uma túnica que era bandeira do Brasil e numa de suas saídas deixar os dançarinos dançando uma cantiga brasileira num ritmo tipo baião... Eles fizeram super-bem e são dessas coisas que a gente vê que o artista tem preocupação com o público que ta cantando. Adorei e super-recomendo o show dela... Saiu ovacionada pelo público que gritava coisas do tipo #chupaclaudialeite.

ELTON JHON – ZZZZZZZZZZZZ...

Eu achava que ele deveria ser o último, exatamente pk muita gente ia embora. Quem curte o trabalho do cara ia ver com mais conforto, a saída ia ser menos tumultuada, seria o melhor pra todos, mas a desORGANIZAÇÃO resolveu deixar Rihanna por último. E assim, gente.. Não é pk eu não conheço tanto o trabalho dele, mas pk o show dele era um show de um homem sentado tocando piano, total corta clima. Ele ficava sentadinho lá tocado e cantando... Tocava, uma, duas, três.. Levantava, agradecia, geral pensava que ele ia embora, daí ele sentava de novo e continuava enquanto nego falava “ai, n acredito”. Sentei no chão parte do show pra descansar a perna... Eu e muita gente... O show foi longo e ng agüentava mais, ate que uma hora com a graça do senhor, ele acabou.

RIHANNA – PINGUÇA MALDITA

Uma hora e meia... Depois de um show broxante que deveria acabar a 00:00 e acabou 01:30, o cansado público ainda esperava... Já havíamos vaiado, urrado e berrado COMEÇA. Alguém diz que falou com o namorado no tel, que via a cobertura na multishow e a merda tava atrasada pk no fim do show a Katy Perry fez uma festinha no seu camarim, convidou a colega que estava bebendo e não queria sair de lá. Não sei se a notícia é verdadeira, cansei de procurar e não achei, mas minha prima viu a mesma coisa em algum lugar e um primo de namorado tb. Qdo jogo “rock in rio bêbada” no Google, só vejo o vídeo da Christiane Torloni locassa dando entrevista na área vip. Se é verdade eu não sei, eu só sei que de fato ela entrou bêbada... Um palco medíocre, ela claramente doida, sem cantar anda, cantando pedacinhos da música e jogando pro público cantar enquanto andava de um lado pro outro e as back vocal seguravam a pica.

Olha... Vale um adendo gigante... Apesar de tudo o show eletrizou as pessoas por que ela tem um repertorio bacana, vasto, com bastante trabalho conhecido pelo grande público. Tem gente que adora essa coisa “espontânea” de artista que sobe bêbado em palco... Eu não vejo a mínima graça e to cagando pra espontaneidade dela. Enquanto púbico eu sou consumidor de um serviço e quero que ele seja bem feito, paguei caro pra estar ali. O ídolo pop tem muito disso e talvez seja por esse motivo que sua vida pessoal acaba sendo tão devassada. Quando se fala em rock, os ídolos se jogam no meio do público que os devolvem pro palco. Se Britney faz o mesmo não sobra um fio de cabelo, mas isso é o que acontece quando além do seu trabalho vc vende sua historia e nego tem que compreender por que uma virou uma boneca de cera, outra entra bêbada no palco, outra usa drogas em cima dele. Esse lance da espontaneidade não me convence de jeito nenhum... É um dos argumentos das pessoas que dizem preferir a Madonna da década de 80... Prefiro mil vezes a de hj, técnica, absolutamente técnica... Lembro que quando ela teve no Brasil, assisti o saia justa em que Beth Lagos comentava disso dela ser mecânica e da diferença da porra da espontaneidade de 13 anos atrás. Eu entendo como respeito... Paguei 150 reais num show onde digo com convicção que valeu a pena por que nunca vi e possivelmente nunca verei nada igual. Hoje ela tem a maturidade de uma artista que compreende que um garoto do interior de um país de terceiro mundo, cresceu ouvindo sua música e esperou uma vida inteira por aquele momento e ela não pode sacrificar isso pk tava a fim de beber uma coisinha no camarim. São horas em fila, é dinheiro gasto, é a expectativa de algumas pessoas que estavam ali só por ela, que sonharam com esse momento. Madonna na turnê stcky & sweet tour chegou a ter um leve desmaio durante o show em Israel. Levantou e permaneceu até o fim, recebeu vários alertas de seus médicos que deveria interromper a turnê, mas só parou quando fechou sua agenda. Em período de piratarias, ter um bom trabalho com bons DVDS e CDS serve apenas como divulgação. O show se tornou o carro chefe de qualquer artista, o único que não pode ser pirateado por ninguém. Rihanna certamente ainda não entendeu isso e querendo fazer a linha bad girl, mostrou estar cagando pelo público que a mantém onde está. Segue a ordem inversa da coisa e faz um CD muito melhor que o show que vende.

Um palco medíocre, não mudou uma roupa, um cabelo horroroso... Um festival de erros que fez do show uma bosta, mas que de fato fez dela muito espontânea, muito legal pra quem ver nela uma melhor amiga. Não é o meu caso, eu não a consumo, consumo o seu trabalho e esse estava péssimo.

O FIM

04:00 da manha saio com a grande massa do rock in rio e ando mais ou menos 1km seguindo o fluxo da multidão, até chegar nos ônibus de excursão e perceber que era pro lado contrario. O guarda me informou puto dizendo ser um absurdo não ter ng na porta do evento para instruir as pessoas. Junto comigo muita gente voltou... MUITA MESMO.. Andamos uns 2kms, até chegar num lugar e enfrentar uma fila gigantesca, comprar um card e pegarmos um ônibus dali pra uma estação na barra, onde pegaríamos outro ônibus pra outros pontos do Rio. Pra pegarmos o primeiro ônibus disputávamos com uma multidão desesperada, tentando entrar nos ônibus se acotovelando. Sai de lá 04:00.. Cheguei a casa as 07:30... Da pra imaginar o cansaço, né??? O saldo sempre acho positivo mesmo... Vale a pena pela experiência, só que pra quem não conseguiu o card acaba virando programa de índio e achei caro demais pra isso. Por vezes pensei que se não fosse por namorado teria desistido, pk sabia que a saída seria foda... Mas querem saber??? No fundo nem sei se de fato o faria.