As voltas e reviravoltas que o gato da...

O diagnostico maldito foi refutado... A caminhada ainda não acabou, mas parece estar seguindo na direção certa... Quarto médico, quarto diagnóstico... Uma historia com um rastro grande de incompetência e falta de respeito... Senhores nessa postagem retomo toda trajetória até o dia de hoje para que vocês entendam o que aconteceu nos últimos dias... Dividirei em quatro fases, baseada nos médicos e procedimentos...

Parte I – O Médico Monstro

Começou em meados do mês de maio, uma ligeira dorzinha em baixo do dedão do pé, que foi aumentando durante o dia, doía muito... Na manhã seguinte rodei a cidade atrás de um ortopedista até achar um que estava atendendo num ambulatório. Pediu um raio-x e devido a clara ausência de fraturas diagnosticou tendinite. Não havia motivos para tal e ele dizia que era assim mesmo, tendinite podia dar por lesão ou mesmo com nada... Fiz o repouso recomendado, tomei o medicamento... Não adiantou... Então ele optou por engessar minha perna... Mais ou menos três dias antes do dia de tirar senti o gesso apertando e tirei... Voltado no médico ele me pediu uma ultra-som... O resultado não deu nada, ele olhou e disparou:

- Rapaz, o que você tem??? Você continua tomando o celebra durante dois meses e faz 10 sessões de fisioterapia.

Resolvi trocar de médico...

Parte II – O Médico Louco

Enquanto contava os procedimentos do médico anterior ele ficava virando o olho e fazia uma cara que parecia dizer “q médico era esse????”... Ele era estranho, cara de maluco, bem gordinho e com apele manchada parecendo ser vitiligo, ficava olhando pra cima enquanto falava... De cara disse desconfiar ser ácido úrico, mas pediu alguns exames pra comprovar... Em dez dias estávamos com o diagnostico confirmado... Começamos então o tratamento de ácido úrico e a dieta maldita... No início sentia muitas dores, a perna inchou muito em especial a articulação atrás do joelho, a ponto de precisar usar muletas... Foram dias dessa maneira até que foi diminuindo, as muletas aposentadas e eu voltando levemente à vida norma.l.. Ainda evitando sair, ainda na dieta... Porém uma hora estacionou... Ele disse que junto com o ácido úrico poderia haver um outro quadro e por isso deveria procurar um angiologista e que depois voltasse nele.

Parte III – O Médico Terrorista

Ele mal me deixou falar... Antes que eu terminasse de contar como caso evoluiu, comentasse dos exames, antes de pensar em pedir qq exame ele foi direto e reto e falou com todas as letras:

- Você tem elefantíase.

Da pra imaginar???? A primeira imagem que veio na minha cabeça foi do filme “homem elefante”... E foi ele que usei como referencia:

- Dr o Sr por um a caso está me falando do que estou pensando??? Do filme o homem elefante???

Ele confirmou, pediu que a ajudante fechasse a porta e disse que sim, que tinha absoluta certeza que sim (perguntei três vezes), que era irreversível e que a luta era pra tentar não deixar aumentar mais.... Senti o chão abrir de baixo do meu pé... E daí por diante foi o que escrevi aqui no blog nos últimos dias, fui ao encontro da minha mãe, ela ligou pro meu pai, no outro dia estava aqui... Não satisfeito com o diagnostico relâmpago, resolvemos procurar um especialista que é referencia na região...

Parte IV – O Médico Gato

Ele é a cara do Race Brannos do Jhonny Quest.... Um gato e eu, ainda que em pânico, não pude deixar de reparar no charme do grisalho médico... Ele ouviu toda minha historia, me colocou na maca, mediu as pernas, fez varias perguntas e pro meu alivio começou dizendo:

- Acho muito pouco provável que seja elefantíase.

Desconfiou que eu devo ter de fato começado com um quadro de ácido úrico, mas devido a imobilização desnecessária feita pelo médico monstro tenha feito um quadro de trombose. Basicamente isso quer dizer que a veia que leva o sangue do meu pé pro coração está com algumas partes coagulada, e devido a essa dificuldade o edema. O tratamento é longo, de seis meses a um ano, mas essa fase aguda logo passa, depois é utilização de uma meia, medicamento, dormir de perna pra cima e alguns outros procedimentos simples. A trombose não tem cura, posso ter outros quadros durante a vida e talvez fique alguma seqüela que deixaria uma perna um pouco mais grossa que a outra, mas seria uma diferença muito pequena. Para confirmar ele pediu um exame que foi feito e avaliado no mesmo dia, confirmando o diagnóstico. Ele ainda pensou em me internar também no mesmo dia, a fim de resolver logo o problema, mas ponderando vários fatores (que vai de dinheiro a gripe suína) concluímos que era melhor fazer o tratamento em casa a base de injeções e alguns outros procedimentos...

Não que a trombose seja um quadro bom, mas perto da elefantíase eu estou achando ótimo... Ainda estou em estado de graça de estar livre dessa possibilidade, não pensei a serio como proceder com o monstro e o terrorista... Principalmente o primeiro que me fez passar tudo isso por um erro que estava absolutamente claro, não só para todos os outros médicos que falei, como para varias pessoas que nem ligadas a área de saúde são.

De desafio pra mim resta a convivência na casa de tom pastel e a dores da picada, ta valendo eu tiro de letra. A historia não acabou, mas sinto que passado o susto começo a me encher de cores novamente.