O Gato e a Marcha das Vadias

Do que se trata??? Então... Vamos ao nosso momento Wikipédia...

A Marcha das Vadias ou Marcha das Vagabundas (em inglês: slutwalk) iniciou-se em 3 de abril de 2011 em Toronto no Canadá e desde então tornou-se um movimento internacional realizado por diversas pessoas em todo o mundo. A Marcha das Vadias protesta contra a crença de que as mulheres que são vítimas de estupro pediram isso devido as suas vestimentas. As mulheres durante a marcha usam roupas provocantes: como blusinhas transparentes, lingerie, saias ,salto alto ou apenas o sutiã.

Em janeiro de 2011, ocorreram diversos casos de abuso sexual em mulheres na Universidade de Toronto Dai então o policial Michael Sanguinetti fez uma observação para que "as mulheres evitassem se vestirem como putas, para não serem vítimas". O primeiro protesto levou 3000 pessoas às ruas de Toronto.

Já ocorreu em Toronto, Chicago, Los Angeles, Buenos Aires e Amsterdã, dentre outros lugares. No Brasil aconteceu em São Paulo no dia 4 de Junho. Um país machista como nosso onde um Rafinha Bastos diz que mulher feia quando é estuprada deveria agradecer o abusador em vez de denunciá-lo e ainda quer discutir pelo seu direito ao humor, é um país que precisa desses movimentos.

Daí eu vou no face e marco que estarei presente na do Rio, no dia 02/07 (infelizmente to achando que não vai rolar, mas estava muito a fim de ir) e me vem um pokemon questionar minha ida, passando um puta sermão pelo fato de nunca ter ido a parada gay e ir na marcha.

Bem... Vamos lá.. Nunca fui à parada e não vou. Houve um ano que no dia da parada de São Paulo eu estava em Sampa e na do Rio eu estava no Rio... E não fui!!! Não vou por que acredito que a parada nos faça um desserviço e por que não acho que ela me represente. Entendam, não estou sendo moralista com meu posicionamento, tudo que não sou na vida é moralista. Se for o Carnagay, o piranhão-gay, o fodelancia-gay... Eu poderia até ir e acreditem, ia me divertir baldes. O que eu não acho legal é vc criar um espaço que tem a pretensa de falar sobre bandeirar sérias e transformar numa palhaçada. Acho que nos estereotipa e quando digo isso não me refiro ao fato de ser chamariz pra imprensa travestis, drag queens, ou figuras absoltamente afeminadas... Não tenho problema algum com isso e acho que já ficou claro, mas ficamos estereotipados como palhaços mesmo, como gente muito alegrinha diante de coisas muito serias.

O amigo em questão acha que a marcha das vagabundas tem uma levada meio carnavalesca como a da parada. Discordo... De fato, há uma ironia no ato, mas que vem a favor da discussão proposta, diferente da parada que me parece vir em detrimento. A marcha das vagabundas bate no mesmo inimigo nosso... Na ideologia machista, falocentrica e sexista que nos permeia. Gosto quando vejo essa sociedade tacanha afrontada com o que ela da mais importância que são as questões de sexualidade. Vivemos em um mundo onde há todas as sortes de misérias e privações, e as pessoas se preocupam, numa proporção tão grande, com o que as outras fazem na cama que vira cerne até na política. Discussões infinitas na TV, na câmara, nas universidades, em todos os espaços discutem-se exaustivamente como assunto público as determinações do que as pessoas fazem com seus sexos, nas suas vidas privadas.

Meu livro de cabeceira (A casa dos Budas Ditosos) é um livro de luxuria, onde a personagem principal ao falar com naturalidade das suas relações sexuais promiscuas, incestuosas e completamente fora do padrão, se utiliza da sexualidade e resignifica toda essa babaquisse que nos cerca. Sinto a marcha nessa mesma vibe... Na minha opinião, as mulheres se vestirem propositalmente com roupas provocantes a fim de dizer que isso não é prerrogativa pra dizer que provocaram seus estupros é completamente diferente de chupar vários em baixo do bandeirão.