29.8.09

Sexo na TV


Se tem uma coisa que denuncia completamente a minha natureza contraditoria é o tal do programa de televisão sobre sexo... Em linhas gerais gosto de assistir pk adoro o tema, talvez por entender como uma das dimensões mais emblemáticas do ser, n foi a toa que Nelson Rodrigues postulou que se as pessoas soubessem da vida sexual umas das outras, ninguém se olharia na rua.


Mas o que me incomoda nos programas que falam sobre o tema é a forma irreal que ele é passado. Sempre cheio de especialistas e opiniões politicamente corretas fazendo parecer que o mundo é um livro escrito pelo editor da Marie Claire. Uma realidade que me parece bem clara nesse caso, mas que não destoa do que acontece em linhas gerais com a televisão, meio de comunicação esse que vive dividido entre a busca de um denominador comum intelectual e os apelos das instituições que regem a sociedade acabando por apresentar um mundo forjado para seus expectadores.


Nos canais fechados, onde a busca pela audiência e a dimensão das falas é menos ampliada acaba tendo um pouco mais de espontaneidade, porem n chega a ser absolutamente diferente. O que mais gostei foi o Ponto P, até pelo tom autentico da Penélope Nova, mas que ainda sim mantinha algo de certinho por trás das tatuagens e cabelos modernosos. Não foi apenas uma vez que vi, por exemplo, alguém ligor falando que se sentia mal por ter um pau de 12cms e ela disse que isso é absolutamente satisfatório por estar na media dos brasileiros. Não que eu ache impossível a satisfação com um pau de 12cms, mas não sei até que ponto de fato a apresentadora pensava isso. Além de não gostar desse tom matemático pra algo que é tão instintivo, fazendo uma linha:“Tah na media? Então satisfaz”


E o que esperar de um programa de sexo na globo apresentado pela Fernanda Lima??? O cúmulo do politicamente correto, é claro... Fernanda entrou com um look iluminado e no seu estilo modelodescoladadosul , falando de temas polêmicos na medida do possível.




Acompanhada pela sexóloga e escudeira Carmita (a cara da Hillary Clinton, inclusive no botox) a apresentadora desbrava conflitos da sexualidade humana, respondendo por exemplo ao telefonema de um rapaz que diz gostar de estímulos anais querendo saber se era homossexual. Deve ter respirado aliviado depois da dupla ter dito o contrario... Ele é hetero aprovado pela Fernanda Lima. Eu queria mesmo era ver alguém ligar dizendo que gostava de ser mijado, tinha tesão no avô ou que gosta de transar no cemitério.



O programa tb conta com a participação de convidados que fazem um quadro chamado Strip-quiz (qdo ouvi pensei: Agora o negocio vai ficar bom). Os convidados ficam atrás de um bonequinho vestido e respondem perguntas sobre sexo. Se a maioria do público discordar da resposta é retirado uma peça (pelo menos essa é a regra, não foi executado exatamente assim). Qual foi a minha surpresa ao perceber que na verdade quem tirava a roupa era o bonequinho, um strip com o tom de Hello Kitty...



Ai sou obrigado a dizer que nesse quesito as apelações dos canais popularescos acabam atendendo mais a realidade. Fosse na Rede TV com a Monique Evans, os convidados não só tirariam a roupa como tb fariam uma performance.


Nessa estréia do programa Alexandre Borges e Claudia Raia responderam coisas bonitinhas do tipo “tamanho não é documento”, “celulite não é problema” e “mulher que da no primeiro encontro não é desvalorizada”.. Não parece que eles são de outro planeta????


É valido ressaltar que eu n necessariamente discordo das afirmações, mas sinceramente, n sinto naquilo o mundo que vivo. A pouco propus pra alguns colegas blogueiros fazermos uns podcasts de período em período falando sobre sexo, exatamente pk poderíamos falar sem essa obrigação do politicamente correto, gerando identificação de quem ouça, diferente dos programas de televisão que falam de algo absolutamente humano como uma princesa da Disney.



7 comentários:

  1. Mas meu caro, é Globo... Ali não tem nem selinho entre homens, imagine um programa com uma apresentadora com a boca solta feito a da Penélope? Isso nunca iria acontecer... Na concepção achei brega pra cacete esse programa, nem me dei ao trabalho de assistir.
    Aliás, amava o Ponto Pê. Boa pedida!

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  2. ops ... não vou discordar desta vez ... kkkkkkkkkkkkk ... vc foi perfeito em sua abordagem ... agora ... eu não tenho o menor saco para assistir a estes programas ... ah neiiimmmm!!! ... justamente por estas contextualizações politicamente corretas ...

    bjux

    ;-)

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  3. eu tbm detestooooo esses tipos de programas.... sao tao irreais neh!

    achei otimo o texto, como sempre ;)

    abracaooooo!

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  4. Oi Gato,
    Quanto tempo não passo por aqui. Adorei o post, perfeitas colações e bem acertadas. Eu vi apenas uma parte do programa uma vez, mas já que vc foi acertado nas colacações huhauhua prefeiro apenas te parabenizar. E parabéns pela iniciativa do podcast tb.
    Bju
    Jay

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  5. Ai ai quando eu crescer quero racionar e escrever com esta rapidez! Já que precisamos de realidade tinhamos que colacar um cara para apresentar este programa. Pois pra mim ele é irreal e "brochante" (broxante?)!

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  6. preciso concordar absolutamente.
    assisti a essa mer.. de programa e, como teórico da comunicação, tenho algumas várias observações a fazer. Que incluem sociologia, antropologia urbana, semiótica...
    Bang
    essa foi demais, pura cultura de massa!
    Abraço,

    Gustavo

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