Smiley é uma série espanhola ambientada em Barcelona de temática LGBTQIAPN+ que estreou no fim do ano na netflix, ela tem 08 episódios com uma média de 30 minutos e arrebatou de cara as Yag. É uma comedia romântica gay, de natal, cheio de personagens queridos e um clima de "o amor está no ar" em meio a um pano de fundo tão ápero que é o nosso querido mundinho GLS.
Primeiro comentário que fiz sobre a série no twitter é que não falaria nada para não ser o chato ranzinza, pq sim.. Tem muitos problemas conceituais, mas aqui eu hablarei, pq o blog é meu, papai compô pá eu. Na verdade ela nem de longe escapou do tribunal de Haia do twitter, então se eu falsasse não estaria sozinho.
Antes de tudo eu devo dizer que o gênero comédia romântica foi amplamente explorado nas décadas de 90 e 2000 e teve um declínio a partir da década de 10, pq de fato tem muitos problemas socio políticos em torno dele e com a ascensão de determinados debates, não tinha como passar sem nenhum arranhão. Construía padrões caricatas de mulheres desesperadas por casamento e nutria um ideal de amor romântico que até hoje tem um monte de desavisada esperando Richard Gere chegar na sua porta numa limosine branca com uma flor vermelha. Smiley quando adapta essa estrutura pra um mundo gay não deixa de fora esses problemas o que acaba se agravando pq em todo o momento o protagonista demoniza a forma que os afetos e sexualidade se dão nesse universo para sonhar pra si uma historia repleta de heteronormatividade.
A série acompanha a história de dois caras que se interessam um pelo outro e seus amigos, tendo como principal cenário o bar que um dos rapazes trabalha. Tudo começa quando Álex leva um fora do rapaz que tá saindo e de forma impulsiva manda uma msg de voz para cobrar o sumiço. Na mensagem ele fala sobre como se decepcionou e sobre tudo que gostaria de ter vivido, do quão disponível está pro amor. A msg cai acidentalmente no celular de Bruno, um outro homem gay que se vê solitário e também busca pra si uma história (olha como o amor pode acontecer dos lugares mais inusitados, gente? Fica orando aí que pode acontecer na vida de vocês também... rysos) .. Bruno responde a msg, eles se falam e ele acaba indo ao bar que o Álex trabalha e a conexão entre os dois é imediata (afinal é uma comédia romântica_, mas eles precisam enfrentar diferenças que não são poucas.. E a partir daí a série leva oito episódios de voltas mais reviravoltas para chegar no fim óbvio.
As coisas da diferenças são curiosas... O Álex faz um menino jovem, bonito e desejado, mas que é burrinho e fútil por que gosta de coisas como Rupaul ou mesmo de academia. Constrói-se aí a ideia de que quem cuida do corpo necessariamente alguém fútil (talvez seja por isso que eu tenha crescido com um sentimento que academia não é um ambiente que me caiba) e que existe um padrão de cultura (normalmente feita por homens brancos e europeus) que tem mais valor do que outros. Já o Bruno é um cara feio e culto... Só que a questão é que Bruno não é feio, ele só é mais velho que o Álex... Então o que faz dele alguém abaixo do padrão do Álex é apenas uma questão de juventude. Bruno é vivido pelo ator espanhol Mikki Esparbé que tem 39 anos e Álex pelo ator Carlos Cueva de 27 anos como o belo. Imagens do culto feio:
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