6.3.12

O Macho a moda nova....




Eu sempre odiei o machismo, pk ele de fato está em volta de quase tudo que acho muito babaca na sociedade, é o pano de fundo pra um show bizarro que quase sempre sou obrigado a assistir. E é tanta gente que eu gosto e admiro se sucumbindo diante dele, sabe???? Muitas das mulheres que admirei tanto e tantas vezes optaram por se tornar uma sombra distante daquilo que um dia foram. Pra uma delas, cheguei a dizer numa certa ocasião que se tivesse uma filha iria querer pra ela o melhor... Queria que fosse igual a ela... E hoje... Hoje nem solidariedade consigo sentir pela situação em que vive, sinto pena mesmo da forma mais jocosa que a expressão pode assumir... Não só eu, todos olham com um ar de “como chegou a esse ponto?”... E com o tempo foi se tornando mais do que alguém anulado, mas uma pessoa oziótica, fora da realidade... Uma lástima... O machismo realmente é um grande inimigo.

O lance é que a configuração moderna da sociedadel conseguiu encontrar algo pior do que o machista usual. Certa vez eu li um autor israelita que argumentava de forma muito bem fundamentada o fato do homem ser a maior vítima do machismo.  Daí ele citava uma serie de ônus masculinos neste processo, e claro que há. Um dos seus argumentos se dava baseado na ideia de que em situações de guerra as mulheres são as que mais sofrem por perder seus maridos e filhos, quando na verdade o maior prejuízo são desses homens que perderam suas vidas. Também falava da máxima “mulheres e crianças primeiro” em situações de risco.

Para além de todos os extremos isso é nítido no dia a dia... Nessa “família a moda antiga” o macho carrega consigo a principal obrigação, a de provedor. Se a mulher adoece e para, a casa vira uma loucura, mas sobrevive... Pra esse homem não da pra parar, não é a toa inclusive, que o ministério da saúde hoje segue numa campanha para saúde do homem, já que em quase todas as culturas ele vive menos e em geral não cuida da sua saúde. No Brasil a discrepância entre usuárias e usuários do SUS é gritante, ainda mais quando os números analisados só se referem aos adultos.

Um outro bom exemplo do que falo aconteceu num intervalo que fiz quando escrevia esse texto. Escrevi algumas linhas, parei e fui no trabalho. No ônibus tinha um grupo de estudantes de aproximadamente 12 anos... Duas meninas zoavam um menino não sei por qual motivo, ele dizia que não namorava por que ele não era bobo só queria ficar, enqto elas riam de forma abafada dizendo que ele gostava era de garotos.... A tão antiga ideia de que o homem que diz não pra uma mulher é gay, funciona aos 12 anos quase tão bem qto aos 40. O menino dizia que era macho de forma tímida, visivelmente sem graça, tendo de responder aos apelos das fêmeas que naquele momento não tinham nada de sexo frágil, ele era um ratinho na mão das duas serpentes, tentando a todo custo ser durão.

 No fim da historia a sensação que tenho é que o vilão de fato é o machismo e o macho mais um de suas vítimas, tendo de dar conta de sacrifícios absurdos em prol do status de macho.

Além disso, eu como a maioria daqueles que me leem, venho de uma família cheia dos machismos, mas é exatamente por acreditar que o sentido da vida está nos laços que construímos e que isso não tem a ver com convenções pré-estabelecidas, mas no “corpo a corpo” de cada relação, é que preciso não vilanizar e entender  um macho provedor que me permitiu estar aqui hoje... O meu avô. O grande patriarca carrega consigo alguns dos mais detestáveis defeitos do machismo, fora mulherengo boêmio e aos 85 segue cheio das moralidades, porém nunca deixou o ônus do machismo na mão de outras pessoas e aos 85 permanece sendo uma referencia. É a ele que se recorre qdo precisa, a opinião dele importa e seu julgamento gera calafrios, afinal todos se preocupam com sua aprovação.

Minha mãe já divorciada chega pra ele e diz que tá gravida e é recebida de portas abertas na sua casa com seu filho... Aos 16 o neto volta e ele mais uma vez, abre as portas cheio de alegria. Por que pros deles não falta, pk a mesa dele é sempre farta, pk a família sempre vai ter nele um porto seguro.

Porém hoje a gente tem uma nova leva de machistas, como eu disse no inicio do texto, eles são frutos das novas fêmeas. As duas mulheres que citei no inicio do texto são dois bons exemplos disso. Elas não precisam dos seus machos, embora sejam o tempo inteiras convencidas disso... Já viajaram o mundo, conheceram gente de todo tipo, já andaram pela boemia, enfrentaram momentos difíceis... Não foram criadas pra ser dondoquinhas imaculadas, oras... Tomaram seus porres, viveram amores, se horrorizaram com o monstro do machismo na vida alheia... Elas tem fibra... Muita fibra... E seus machos... Novos machos, contam com as suas fibras...

Esses homens entram com muita pouca coisa além do próprio pau... Exigem que elas não trabalhem, mas não pagam uma única conta. Veja bem.. Não acho que é obrigação de um homem pagar as contas de uma mulher, mas acho que é obrigação e qq pessoas que exige que a outra não trabalhe sustenta-la com todos os seus confortos e luxos.. Mas não eles... Não, não.. Eles só são homem pra bater no peito e dizer do quanto são machos, que não são moleques... São homens pra ficar revoltados em casa, vermelhos, batendo na parede, putos da vida...  

E quando o problema surge, quando o mundo tá caindo na cabeça das suas fêmeas eles apostam nas suas capacidades de se virar e ficam nesse mimimi de que não é bom se envolverem mesmo, pk se não o bicho pegam...  Falam em matar e bater.. E ai são poupados... Sim, elas dão conta.. Claro que dão.. Eles que não dão.. Eles que não conseguem abrir uma conta no banco sozinhos, resolver o problema dos seus celulares, ou carnês... Elas resolvem.. Elas estão a frente, mas são fêmeas... Não escolhem.. São escolhidas e tem medo de não serem mais escolhidas por ng... Medo da solidão, mesmo com toda essa fibra.

O novo machismo não tem mais o macho.... Só tem o “ismo”.. Sabe, o “ismo”??? O sufixo de doença???? Do desequilíbrio, do descompensamento??? Eles são apenas isso e nada mais... E dessa forma as tornam algo que não consegui nem pensar em um nome... Não deve existir nome pra isso .. Mas posso descrever... Elas se tornam isso que apenas um “ismo”, um desequilíbrio, uma doença pode amar... Mais ninguém... E com medo da solidão terminam apenas com seus "ismos" e nada mais.




8 comentários:

  1. Caralho foi o mesmo adjetivo que pensei... Eu concordo exatamente com tudo o que vc diz. Plenamente!

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  2. Hummm....
    Sei lá....
    Macho que dá problema a gente castra.
    E deu.
    Hehehehe!
    Bela reflexão, meu Gatón-Machón!
    Bjundas!

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  3. Gato, concordo com vc... e infelizmente o machismo vai demorar e muito para acabar, se é que um dia vão conseguir acabar com ele. Espero que sim.

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  4. Bejundas iogurtadas pra ti nesse Dia da Mulher... hahahahaha!

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  5. Um botão de like aqui caía bem.

    Mas olha, sabia que concordo muito com o Fred? Acho que deveria existir pena de castração pra homem sim. Alguns merecem muito.

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  6. Hummm. Vc pode até ficar irritado com elas porque te decepcionaram, mas não dá para culpar a mulher pelo machismo... seria o mesmo que culpar o gay pela homofobia ou o negro pelo racismo. Ainda que cada uma destas discriminações tenha seu contexto histórico e blablabla, é preciso entender que o papel da mulher na sociedade capitalista é o de reprodutora, e isto significa , inclusive, reprodutora da ideologia dominante. Esta mulher que vc critica, serve para o sistema de alguma forma. Romper não é fácil, pois os valores estão arraigados demais e um destes valores é que uma mulher só tem valor se tem um homem com ela. Mulheres coroas sozinhas estão lá em baixo na cadeia alimentar e, mesmo que você fique indignado por ela introjetar esta escala de valores que a desvaloriza, tem que ter a clareza que não foram elas que criaram esta escala. Esta aí para todo mundo ver e são elas que sentem na pele. Seria bom que todas pudessem romper, mas vc deve saber que rupturas coletivas com a ideologia dominante são assuntos muito complicados... Eu vivo estas contradições o tempo inteiro e te garanto, não dá para sair ilesa e manter a auto-estima lá em cima, nem sendo alguém especial: é foda!

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