21.3.13

A lente


Ontem eu tava assistindo a Regina Navarro Lins no De Frente com Gabi (amo a Regina) e no final da entrevista ela dizia que sempre tem uma sensibilidade muito grande pra detectar moralismo. Tava falando sobre isso de percepção pro calopsita, tentando faze-lo entender que a nossa diferença (o nossa que me refiro são todas as criaturas do mundo) começa na percepção. Ele, por exemplo é mais detalhista do que eu, enxerga bem, é focado e atento.. Por tanto eu que sou cego e distraído vou sentir o ambiente a minha volta de forma diferente da dele. 

Enxergo coisas que aos meus olhos são tão obvias que tenho dificuldade de entender como que as pessoas n enxergam, preciso parar, respirar e considerar muitas coisas. Acho que de todas essas percepções o que fica mais claro pra mim é do qto as pessoas se contentam em repetir coisas sem se questionar o porque, vivem sob regras que nem elas mesmas suportam e não tem ideia de porque fazem isso. 

Fico pensando na pá de relacionamentos que todos os dias se desfazem por que alguém gozou fora de casa ou pior, pelo medo que isso aconteça.. Preguiça que eu tenho de ciumes, preguiça que eu tenho desse medo absurdo que as pessoas tem de perder umas as outras fazendo com que se percam sempre.   Daí qdo falo pro Calopsita que acho ciumes um sentimento infantil para o qual eu n tenho paciência ele não entende, afinal e isso em todos os lugares a sua volta.... Mas isso não tem a ver com a linha da normalidade que se mede por um parâmetro social.. Tem a ver com normatividade que se medem sob os meus parâmetros. Somos massificados diariamente por informações, morais, máximas que não tem n fazem o mínimo sentido. 

Lembro uma vez há uns anos atrás conversei com um cara que trabalhava com umas festas de lucho no Rio e ele dizia que as festas que ele trampava muitas vezes um famoso n conseguia VIP, pra exemplificar me disse que se Angélica aparecesse na porta não conseguiria, por que tinha tido filho e sua imagem maternal não era interessante pra imagem da festa, já a Luana Piovanni entraria fácil. Daí eu sofri pensando que estava envelhecendo e que tal como Angélica não ganharia o vip. Da pra ser mais babaca do que isso??? Primeiro que eu jamais seria convidado pra uma festa dessas, dificilmente pagaria o valor da entrada e muito menos ganharia vip. Segundo que ainda que fosse famoso o meu estilo de vida n me daria o vip nem qdo eu tinha 16 anos.... Terceiro que não faz O MÍNIMO sentido eu ter sofrido por um segundo que seja por não poder entrar num lugar em que Luana Piovani é um ícone que o representa.

Dia desses o marido da minha prima contava pra gente da época que navalorava e de como curtiam, num tom de saudades.. O cara hj vive numa apartamento bacana, trabalho no negocio próprio que sempre sonhou, acabara de chegar de uma viagem internacional e falava com saudosismo dum passado que até foi legal mesmo, mas que acho que muito da gloria está numa sociedade que da muita luz a tudo que se liga aos vinte poucos anos.

A juventude, a festa glamourosa  o vestido de noiva, a suruba deliciosa, o último iphone... Todas essas coisas que parecem ser a certeza da felicidade ou do prazer n trazem esses valores em si.. Elas são o que são, o brilho delas está nos olhos de quem vê. As fotos das raves incríveis  com gente muito sarada e animada parecem muito atraentes e talvez sejam pra muita gente, mas pra mim por exemplo, rave é um verdadeiro saco e isso cai naquilo que falávamos no inicio,  se trata de uma questão de percepção. Eu que que nem bebo num lugar com musica sem vocal, com uma batida repetitiva, com pessoas em movimentos desconexos até o dia amanhecer.. Olha.. Preguiça é o nome do que sinto. 

Sexo é a mesma coisa, sou maior defensor da poligamia, menage e toda essa putaria, mas desde que as pessoas estejam prontas pra isso... Conheço um cara que foi transar com duas mulheres ao mesmo tempo e não curtiu tanto. Pra ele que tem lá seus complexos, poder ter sexo com quem tem intimidade e se dedica integralmente a ele foi mais jogo, o menage parecia mais gostoso no conto erótico do que foi na real. Situação parecida om o que aconteceu com nosso amigo, o blogueiro Otavio, que narrou no seu último post uma suruba com 15 homens que a priori pareciam interessantes... Mas na real o lance nem foi tão legal assim.. Não pra ele, mas pra um outro que deu pra todos e inclusive fez DP no final, foi ótimo... Como disse... Tá nos olhos de quem vê, ou na elasticidade de cada um.

Estamos cercados por fotos de pessoas que aprecem mais felizes do que são, por contos que parecem prazerosos do que são, por vidas que parecem mais plenas do que são. Há de se ter bom senso para enxergar toda sessa onda ou a gente se afoga nela.

Venho de uma família de mulheres fabulosas e que um bom número delas abre mão de ter uma vida profissional e autonomia pra viver em função de relações fadadas ao fracasso e qdo falo "viver em função" vocês devem pensar apenas em submissão qdo eu to falando de algo muito maior que isso... Eu to falando em gente que para de trabalhar para atender aos caprichos de um macho voluntarioso que em geral ganha menos do que elas, mas exigem dedicação exclusiva. E detalhe, elas criticam uams as outras em função disso, sempre se vendo como "menos ´pior".

Parece obvio o absurdo...  Muita gente até concorda comigo qdo eu escrevo, mas na prática não tem obviedade nenhuma e tudo se encara com muita naturalidade... O que é obvio pra mim é que sob meu ponto de vista o bom senso definitivamente é a contra-mão.


4 comentários:

  1. definitivamente contra-mão mesmo, as pessoas não pensam desse jeito mesmo, eu te entendo e concordo, mas acho que com exceção do Cara Comum, ninguém mais concordaria com a gente.

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  2. A verdade dos fatos é que quem nasceu pra Angélica nunca chega a Piovani... hehehe! A questà é que o "ponto de vista" muda conforme a pessoa e as "contra-mãos" são infinitas, nzé? Bom finde, Gatucho! Bjundas!

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  3. Eu acho que as pessoas buscam motivos e condiçoes para dizerem que vao ser felizes, é este o problema. Eu faço isso e sei que é errado.

    Quando eu viajar pelo mundo serei feliz. Daí viajo, volto, a vida continua e eu volto a ser como antes, fazer o que? Criar outra condiçao.

    Quando eu ganhar muito dinheiro vou ser feliz. Consigo ter uma vida bacana, me arranjar no emprego, ganhar bem e tudo, mas daí me acostumo e volto a ser uma pessoa normal, com os sabores e problemas que todos temos. Daí crio outra condiçao.

    Acho que as pessoas sao assim, criam condiçoes e mais condiçoes exatamente pra nao conseguirem cumprir e terem uma desculpa da infelicidade.

    Ninguém é feliz o tempo todo, as situaçoes que imaginamos, os sonhos sao mais gostosos. A suruba, o menage, uma relacao, uma viagem, dinheiro, qlqr coisa é mais gostosa qndo sonhamos. Pq sonhamos com as coisas boas, mas nao com os problemas que teremos na época. Perder um familiar ou amigo querido, ter problemas com alguém que gostamos muito, trabalhar muito, ficar estressado.

    A vida é assim.

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  4. A felicidade está nos momentos. Passam, assim como a infelicidade. Ngm pode viver feliz o tempo todo, se fosse este o caso a pessoa nem saberia que estava feliz, n conheceria outra forma de vida, nao teria comparacao.

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